Capitulo 26 - Paper Hearts

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POV JEON JUNGKOOK

Lembro da primeira vez em que senti aquele embrulho no estômago, parecia que milhões de borboletas entram dentro da minha boca e desceram pela garganta para festejar naquele espaço que me fez ter sensações estranhas.

As mãos suavam frio enquanto meu coração parecia tropeçar em cada passo que dava, cada batida errática e forte que tamborilava lá dentro.

Eu não sabia destingir a diferença de olhar para os seus olhos ou seus lábios e não os desejá-lo. Estava tudo intenso, meu corpo reagia da forma que sempre quis enquanto a cabeça pedia para ser cauteloso.

O que fiz na noite passada me trouxe uma dor de cabeça que mal me mantinha fora daquele quarto escuro enquanto a culpa caia sob meus ombros. O sentimento se esvairá quando ouço aquele barulho vindo da porta e eu finalmente abro a varanda deixando a luz entrar dentro do quarto, a cruz no topo da cama parece me julgar em meio à confusão que minha vida se tornava.

De qualquer forma eu me arrependeria amargamente do que fiz. Aquela fez em que me joguei em seus braços me trouxe marcas, a segunda vez em que errava me trairia a desgraça e eu não aguentaria mais carregar o fardo em meus braços.

Entre aquele sentimento de amargura ao olhar para a cadeira ao lado e minha batina está ali com a Bíblia em cima e na mesa de canto meus três terços. Engulo minha própria saliva me sentindo sufocado, extasiado como se precisasse sair desse quarto que me prende a cada canto que eu olhe.

Apresso os passos até o banheiro tentando me manter seguro de que nada aconteceria novamente, aqui, eu posso me por apenas aos azulejos alvos e limpos, nada de cruzes ou coisas que remetiam os meus pecados.

Porque eu me sinto dessa forma?

O coração aperta, os olhos enchem de lágrimas enquanto prendo a respiração para expirar lentamente. Não poderia entrar em pânico enquanto meu coro emanava cheiro de álcool, puro cheiro do pecado escorrendo pelas minhas veias.

Embrulha mais uma vez a ponto de me curvar de joelhos na beira do vaso sanitário e eu não aguento por muito tempo até colocar tudo aquilo para fora.

Era como aquela vez... em que tinha partido para longe dela.

Eu não sabia se estava doente pela bebida, se Deus me castigava por todas as coisas que havia feito. Mas conhecia aquela dor, conhecia aquele tremor que me fazia chorar e sabia como poderia cura-lo.

Levanto me apoiando na pia do banheiro, respiro fundo é caminho em direção ao chuveiro ligando rapidamente antes que aquele embrulho me fizesse colocar mais alguma coisa pra fora.

A fraqueza me invade, as mãos tremem e eu vejo o sangue descer pelo meu corpo. O que eu tinha feito? O ardor na água batendo em minhas costas me faz apertar os punhos, tento ver o reflexo que fazia com o box de vidro né curvando para baixo.

As marcas estavam ali, tão fortes e aparentes como nunca esteve. Tinha me machucado tão forte a ponto de virarem feridas. Aperto os punhos, entrando de uma vez com o rosto embaixo da água gélida, fecho os olhos sentindo um arrepio percorrer por todo o corpo.

A imagem dela estava tão presente em minha cabeça, seu rosto parecia cada vez mais próximo do meu e isso me deixava completamente louco.

Mellany Pierce.

Esse era o motivo da minha doença, não era a bebida, não foi aqueles comprimidos e muito menos o que fiz depois que cheguei. Eu estava começando a reagir a forma fria e bruta que aquela mulher tinha me trato após o beijo, como se eu e ela jamais pudesse existir.

A dor da alma parece superar a física, meu corpo desmoronaria se eu não a visse, aquela indecisão me fazia pensar duas vezes sobre o que queria para a minha vida. Eu realmente sou uma pessoa merecedora do amor de Deus?

Desejos de um padre • JJK versionOnde histórias criam vida. Descubra agora