Capitulo 41 - Lovely

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POV JEON JUNGKOOK

Annie me olhava com desprezo, sentia o ódio e rancor transbordando dos seus olhos enquanto me encara friamente. Sentada na poltrona da sala, com um terço em suas mãos, ela tinha feito a mesa de centro um pequeno altar com a imagem da Virgem santíssima e duas velas acesas, parecia fazer sua própria novena.

A vejo fazer o sinal da cruz ao me encarar. Fico parado a sua frente sem dizer nada, espero que Deus a conforte brandamente antes dela levantar e começar a atear coisas em cima de mim como da outra vez.

Sentia um aperto no coração. A sensação de que estava fazendo algo certo e ao mesmo tempo sentia como se no fundo estivesse errando. No entanto esse erro não era com Deus, eu e ele tínhamos nossas contas á acertar e eu as pagaria com um tempo.

Meu medo era do quadro de Annie se agravar, esse câncer maligno parecia mexer com seu humor e isso a tornava cada vez mais amarga.

Umedeço os lábios e tiro as mãos do bolso da calça. Não estava vestido como ela gostava, não tinha um clarinho branco, no entanto não tinha abandonado o terço que usava no meu pescoço junto a correntinha da Cruz.

— A puta estava com você? -indagou com desprezo. Pousou às mãos em cima do colo — Está cheirando a pecado.

— Não, mamãe. Eu não estava cometendo pecado com Mellany. A trouxe pra casa depois do supletivo, só isso.

— Supletivo. -arfa desacreditada — Tinha que ser ela?

— Como assim?

— Você conheceu uma mulher legal na casa do seu pai, Bella.

— A Bella é uma amiga.

— A Maria Madalena também era.

— Eu não quero que a chame assim. -falo incisivo.

— Ela é uma meretriz pecadora, deveria queimar em uma fogueira como uma feiticeira.

— Mamãe! Por favor. -falo um pouco mais rude — Tenha respeito com a Mellany.

— Todos dessa cidade sabem o quanto aquela mulherzinha é suja.

— As pessoas julgam sem conhecer, ela é uma boa pessoa pra mim. E isso é o que deveria importar pra você. Eu sou o seu único filho e você sabe que sempre irei te amar, independentemente de ser um padre ou não. Portanto, respeite a pessoa que amo, não me afaste de você.

— Eu não quero te ver com ela aqui.

— E onde você quer que eu me encontre com a minha namorada? Na rua. Onde todos estão a xingando porquê você pediu?

— Jacksonville é uma cidade de fé, meu filho. Qualquer coisa que vá contra a nossa fé e o anúncio do fim dos tempos.

Rolo os olhos, aquele assunto não levaria a lugar algum. Annie odiava Mellany sem nenhum motivo, parecia algo de berço.

— Estou pedido mamãe. Se você respeita o que temos e me quer na sua casa, por favor! Respeite a mulher que amo.

— Ou?

— Ou, o que? Fazer outra reunião com o bispo e o padre Lucas não vai me fazer desistir. O pedido foi formalizado, precisa só da exoneração.

Dou as costas para ela, não iria prolongar aquela discussão. Annie não estava tão boa de saúde para levantar a voz, cada vez mais fraca.

— Deus opera milagres, meu filho. Você irá abrir seus olhos.

— Eu só voltaria a ser padre se perdesse a mulher que amo. E isso jamais irá acontecer, mamãe. Lide com isso, aceite.

Desejos de um padre • JJK versionOnde histórias criam vida. Descubra agora