Desejos de um padre • JJK version

Capitulo 43 - Innocence

Abro os olhos devagar após receber um beijo no canto da boca. Os olhos de Taehyung me miram por alguns segundos, parado a minha frente o homem com os fios de cabelo cor de caramelo me fita intensamente como se pudesse ler meus pensamentos.

Solto os sapatos no chão, a vista daqui de cima era incrível. Poderíamos ver a cidade desde a placa na rodovia até o outro lado da serra, o entardecer alaranjado deixava aquela tarde agradável, a brisa fresca em meus cabelos me faz suspirar prazerosamente.

Era bom sentir o ar fresco em meus pulmões.

Jimin estava logo atrás de mim, um pouco cansado depois de subir a serra, pousou o braço ao redor do meu corpo me abraçando de lado.

— Aqui é um bom lugar. -falou retomando o fôlego que tinha perdido, ele ainda estava um pouco fraco, menos pálido que o normal e as caminhadas que fazíamos no fim da tarde o ajudava a manter a cabeça limpa.

Taehyung estendeu um lençol em cima da grama, colocou a cesta no canto e deitou-se logo em seguida com os braços por trás da cabeça.

Me sento ao seu lado e sou puxada para baixo, ele me faz deitar do mesmo jeito que estava apontando para o céu coberto de nuvens.

Jimin deitou-se com a cabeça encostada na minhas coxas, suspirou aliviado.

— Quando vocês vão desistir de tudo isso? -indagou em um murmuro desapontado. Taetae bufou.

— De você? -refuto, levo minhas mãos até seus cabelos acariciando suavemente — Nunca!

O vejo esboçar um sorriso inocente, cativante. Seus olhos ficam pequenos, quase fecham quando Jimin abria um sorriso daqueles.

— Olhem para o céu. -Taehyung balbucia — Vejam as nuvens. -esticou a mão para o alto como se pudesse agarrar uma delas — Ultimamente eu venho apreciando bastante cada minuto da vida. E isso está sendo uma experiência incrível.

— Sem comprimidos.

— Agulhas. -Jimin murmura.

— Sem drogas. -respondemos em um uníssono que nos faz rir logo em seguida.

— Podem falar isso por vocês dois. Ainda sinto vontade.

— Isso vai passar, meu pequeno e doce amigo.

Me sinto confortável em ficar ao lado dos dois. Éramos como se fôssemos grandes irmãos, andávamos descalços sob o campo aberto durante a tarde, fazíamos algumas refeições juntos e passeávamos de mãos dadas como se ninguém pudesse nos separar.

Esses dias eram crucias para sua recuperação.

Não existiam cores vibrantes, enjoos, nada estava derretendo sob os pés e eu não sinto como se estivesse caindo em a mil metros de altura. Aquela fissura foi embora e a vida tinha um sentindo maior do que viver em busca de algo que não existia.

Felicidade momentânea não valia de nada, quando se experimentava a verdadeira felicidade e é isso que estávamos desfrutando aos poucos.

O céu nunca foi tão azul quanto aqueles dias, a brisa fresca, o barulho das árvores batendo os galhos suavemente um ao outro, dançando junto ao vento enquanto os passarinhos cantarolavam.

Prestávamos atenção nas mínimas coisas ao nosso redor, era lindo!

Eu tinha encontrado um lugar seguro, sem lágrimas, sem arrependimentos, sem ninguém para falar o que era certo ou errados. Pela primeira vez na vida, me sinto calma, em paz e confortável com minha própria presença.

Gostava daquele meu eu.

— Eu estou com fome.

— O que você fez hoje? -Tae levantou o tronco ficando de joelhos sob o lençol. Fiz o mesmo para pode ajudá-lo enquanto Jimin apoiou os braços para trás, tombando a cabeça deixando os últimos raios solares do dia tocarem sua pele. Naquele instante percebo o olhar do outro para os lábios entreabertos, aquele mesmo olhar que ele fez quando estava abobalhado com alguma coisa.