04 - Comparação

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Ana estava com uma pesada preocupação em sua cabeça. Não aproveitou nem o banho, nem a companhia. Depois, ela apenas enrolou uma toalha na cabeça, vestiu um pesado roupão e saiu do banheiro, deixando sua companhia pra trás, sem parecer sequer lembrar que ele estava ali. Ao passar pelo quarto voltou a observar os meninos que ainda dormiam, sorriu e foi sentar-se na sala. Estava preocupada e nervosa. Sairia de férias em quatro dias e pretendia acompanhar o grupo que iniciaria turnê pela América do Sul em quinze dias, mas agora. Tinha receio disso também. Suspirou longamente. Apanhou um pedaço de pizza fria e jogou-se no sofá comendo-o. Esquecera completamente que não estava sozinha. Ele observava-a parado na porta do quarto.

– Não vai dormir Julia? – questionou observando-a.

– Em que cama? – ela sorriu olhando pra trás.

– Não fale de boca cheia! – sentou-se ao lado dela.

– E você? Não vai se vestir? – perguntou ela olhando-o. Apenas enrolado na toalha, respondeu balançando a cabeça negativamente. – Vá dormir. – resmungou ela.

– Não quer que eu fique aqui, com você? – enrugando a testa.

– Quero! - em meio a um suspiro. Ele abraçou-a. Ela afastou-o.

– O que houve? – preocupando ouvindo-a suspirar.

– Nada! Desculpa! – desinteressada, fazendo com que ele suspirasse também.

– Então por que você está me tratando assim? - cruzando os braços.

– Perdão! – abraçando-o.

– Ana Julia, em seis meses você nunca esteve tão distante. - sem descruzar os braços. – Estou começando a ficar preocupado.

– Não fique! – tentando segurar uma lágrima e engolindo o choro. – Não aconteceu nada!– disse. – Ainda! – pensou aborrecida. – Você sabe que é a melhor coisa que já me aconteceu. – recebendo dele um sorriso e um abraço.

– Encosta a cabeça aqui e vê se dorme um pouquinho. – ele puxou-a pra perto dele. E ela praticamente deitou no colo dele.

– Você vai me fazer dormir? – perguntou ajeitando-se e sorrindo.

– Vou. –sussurrou, sorrindo e tirando a toalha do cabelo dela, acariciando-lhe as costas.

Do lado de fora, um carro parava em frente ao prédio de Ana. Dois homens desciam do carro. Um deles trazia nas mãos uma câmera fotográfica.

– É aqui mesmo? – disse o fotógrafo olhando para cima.

– É sim! Apartamento 1715. – confirmou o repórter, o fotógrafo olhou em volta.

– Será que eles estão mesmo lá? – ajeitando seu equipamento.

– A fonte do nelo garantiu que sim e parece ser confiável. – observando em redor.

– Hum. Temos que dar um jeito de entrar naquele prédio ali. – apontando para um prédio vizinho. – E tentar algumas fotos das janelas. – o repórter olhou para o prédio e balançou a cabeça.

– Boa ideia! – assentiu o outro.

Felizmente as janelas do apartamento de Ana estavam bem fechadas e as cortinas baixadas. Não havia como ver pelo lado de fora.

Ana e AJ tinham acabado dormindo no sofá mesmo. Assim que conseguiram um lugar no prédio vizinho com vista para o apartamento 1715, repórter e fotógrafo voltaram à rua e começaram a observar o prédio novamente. George, o porteiro, observava-os pela câmera de segurança e sabendo em que companhia estava Ana, não hesitou em ligar para o apartamento dela. O telefone chamou até cair. Ninguém naquele apartamento parecia querer acordar. O porteiro tentou mais uma vez. Ao terceiro toque, alguém atendeu.

Alguém como VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora