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Quando amanheceu, trouxe um vento gelado e úmido. O céu estava cinzento, escuro. E foi sob esse clima que os jornalistas começaram a se reunir no saguão do hotel, preparado para a coletiva. Àquela hora os meninos ainda não haviam deixado seus quartos. A coletiva estava para as 9 horas, mas ainda não eram sete, e os repórteres já estavam chegando.

Kevin já estava acordado há algum tempo, quando Lídia abriu os olhos. Mas estava pensativo, distante, tanto que sequer notou que ela estava acordada. Ela abraçou-o carinhosamente e só então ele dirigiu um olhar para ela e sorriu. Notou que também ela tinha um ar distraído.

– Pensando em que, meu bem? – ela suspirou.

– Adivinhe? – ele riu. – Não consigo pensar em outra coisa!

– Eu sei! Também pensava nisso.

– Às vezes, tenho vontade de falar tudo. – em meio a outro suspiro.

– Mas você não pode e nem deve! Sei lá o que se passa pela cabeça dele agora. Não sei como reagiria.

– É. – mais um suspiro. – Acho que temos que sair da cama. – ele olhou o relógio.

– Está na hora!

Desde as cinco horas Nick estava acordado. Já andara pelo quarto, de um lado para outro. Sentara e levantara da poltrona uma sem conta de vezes. E agora estava parado em frente à janela olhando para fora. Tentava colocar os pensamentos em ordem, antes ainda que Anne estivesse acordada. O que não foi possível.

– Aconteceu alguma coisa?

– Acordou? – tentando desviar o assunto e esquecer seus próprios pensamentos.

– Nick? O que houve? Desde o Arizona que você está estranho. – ele suspirou e foi sentar-se na cama.

– É. – suspirou. – É que eu soube de uma coisa que me deixou chocado. – ela franziu a testa.

– E você quer contar o que é? – olhando-o ternamente.

– Que anjo! Tenho que contar, ou isso vai acabar me devorando. Mesmo por que, ele não pediu que eu fizesse segredo disso... – ela suspirou e levantou-se. – O que foi?

– Ele! Ele tem 28 anos! Não creio que ainda precise que todos vocês se preocupem tanto com ele! – um tanto irritada.

– Sinto muito, meu amor! – levantou-se indo até ela. – Mas é inevitável! Somos uma família! É difícil separar as coisas às vezes...

– Eu sei! – fazendo um muxoxo. – O que ele fez desta vez?

– Nada! Esse é o ponto! – ela franziu a testa.

– Continue... – curiosa.

– Foi a Ana! Ela terminou! De novo! Mas agora, não vejo motivos...

– O quê? – olhos arregalados.

– É isso que está me perturbando. Ele disse que... – respirou fundo antes de continuar. – Ela não o queria mais na vida dela. Consegue entender isso? – ela apenas suspirou.

– Não! E não temos mais tempo pra isso agora. – apontando o relógio.

Marcy acordou primeiro, como sempre. E logo se pôs em pé a se preparar para a coletiva que estava por vir. Vestida em menos de dez minutos, sentou-se com uma série de papéis nas mãos. Volta e meia olhava o namorado, que ainda dormia e depois para o relógio. Iria acordá-lo quando fosse necessário. Por enquanto, ele podia continuar dormindo.

– Bom dia! – espichando-se.

– Bom dia! – sorrindo. – Eu já ia mesmo acordá-lo.

– Hum. – levantando-se. – Eu já lhe contei? – indo para o banheiro.

Alguém como VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora