Alguém como Você

61 - Revelações

Flashback

– Tinha certeza disso. – disse Denise sorrindo. O rosto a sua frente, que parecia ansioso, sorriu-lhe de volta.

– Eu não sabia o que fazer! – disse Ana. – Não sabia para onde ir. – Denise continuava sorrindo.

Lá estavam parados em frente a sua porta: Ana Julia, Thayla, Junior e uma jovem de longos cabelos dourados.

– Sim! – examinando cada rosto. – Entrem! Não vão querer ficar aí fora, ou querem?

– Obrigada! – agradeceu Thayla, entrando sem cerimônia.

Todos repetiram o gesto, mas nem todos estavam sentindo-se a vontade. Junior sentia-se estranho por estar ali, naquela casa. Suspirou e entrou de cabeça baixa.

– Sinto muito incomodá-la, mas me senti perdida no momento em que o avião aterrissou. – apertando as mãos contra o peito.

– Calma! Não vejo motivos pra tanta ansiedade. – sorrindo. Ana arregalou os olhos.

– Como? – olhou em volta. – Eu vejo pelo menos dois. – olhou Junior. – Oh! Sinto muito! Estou tão nervosa. Este é o Junior, pai da Thayla! Ela fez questão que ele viesse conosco e também ele queria estar presente no casamento de Lídia. – suspirou.

– É um prazer conhecê-lo! – ele cumprimentou-a.

– O prazer é todo meu. Mas Ana esqueceu um motivo! – olhando para Ana.

– Ele veio também por que sou uma covarde e não viria sozinha com as meninas para cá. – suspirou, baixando a cabeça. Denise riu.

– Ainda assim, não vejo motivos para seus temores. – aproximou-se de Thayla e da jovem que estava com ela. Cada uma delas trazia, carinhosamente, junto ao peito, um pequeno embrulho cor-de-rosa.

– Oh! Perdoe-me novamente. Essa é a Letícia, uma amiga querida, que aceitou vir comigo e me ajudar a cuidar dessas três meninas. – Thayla olhou-a de lado.

– Menina! Quando Lídia me contou eu não sabia se ficava feliz ou preocupada. Mas sabia que estava certa! E vejo agora que não há com que se preocupar! – Ana suspirou com os olhos aflitos.

– Ah! Eu sumi por quase um ano e agora volto com dois bebezinhos. – novo suspiro. – O que vão pensar? – Junior riu e Denise afastou o xale de cobria o rosto dos bebês, que dormiam.

– Pensar? – riu – Não há o que pensar! Olhe pra elas! Elas não deixam espaço para dúvidas! Não passam de duas cópias perfeitas do pai delas! – Ana sorriu emocionada.

– Verdade? – disparou Ana com os olhos úmidos. – São mesmo? – Denise riu novamente.

– São sim! Eu posso garantir! – piscando para Ana.

– Mas felizmente são saudáveis! E são meninas! – acrescentou Junior entre risos.

– Meu pai morre de ciúmes das gêmeas! – explicou Thayla – Por que eu sou a cara da minha mãe!

– Isso não dá pra negar! – concordou Denise com mais risos. – Mas só um cego não vê a quem essas meninas pertencem. – olhando-as com carinho. – Como se chamam? – Ana enrubesceu.

– Alexia e Alexandra! – Denise riu.

– Nomes criativos! Hein?

– Oh! Eu só conseguia pensar nele, não pude evitar. – quase envergonhada.

– Assim torna tudo ainda mais óbvio do que já é! – risos. – Mas vocês ficam aqui, não é? – passando o braço pelos ombros de Ana.

– Não! Imagina!