Alguém como Você

25 - Outro alguém

 O último show na Austrália foi cheio de energia. A ansiedade por voltar para casa já se espalhara entre eles e Ana que fora para lá para acompanhá-los apenas por quatro semanas, acabara ficando por toda a turnê. Nos EUA, havia todos os dias, novas notícias sobre a explosão de AJ Perez e seu sucesso instantâneo no palco. É claro que houve críticas sobre a ousadia de suas coreografia e das letras de suas canções, mas afinal, esse era o jeito de Ana Julia. Fazia parte dela.

Ana estava imensamente feliz. Agora sim, feliz por completo. Pois não conseguia esquecer que o fantasma de Samantha acabaria depois que chegassem aos EUA. Enfim, sua vida poderia seguir seu rumo, sem problemas, sem transtornos. Mal cabia em si de tanta felicidade.

Samantha, apesar de silenciosa e pacifica, estava furiosa, apenas aguardando o momento de atacar e não o faria sem armas. No dia da partida para os EUA, deixou que AJ saísse do quarto, alegando que ainda não terminara de arrumar suas coisas. Assim que ele deixou-a sozinha, apanhou seu celular e chamou rapidamente um número.

– Alô? Quero falar com o Senhor Franchini. – uns segundo de silêncio e alguém a atendeu.

– Sim!

– É Samantha Keller! Eu já havia telefonado antes.

– Sim. Sobre o levantamento da vida da menina brasileira.

– Sim! – Samantha foi até a porta confirmar que estava fechada. – O nome dela é Ana Julia dos Santos Perez.

– Nome completo?

– É sim. E me deu muito trabalho conseguir isso. Deixe-me ver. Ela tem 25 anos, nasceu em 16 de julho de 1980, numa cidade do sul do Brasil. Acho que é tudo que tenho sobre ela.

– AJ Perez. Não é difícil obter informações básicas sobre ela. Quando eu tiver o que preciso, parto para o Brasil. E assim que tiver alguma informação relevante, ligo para você. O resto você acerta com o pessoal do escritório aqui em NY. – Samantha concordou.

– Certo! Mas eu quero tudo sobre ela. Absolutamente tudo!

– E terá senhorita Samantha. E terá! – Samantha desligou o telefone, apanhou as malas e saiu.

Samantha previra que apenas esperavam o retorno para os EUA para voltarem a estar juntos. Não conseguiria evitar que reatassem, mas não ficariam felizes por muito tempo. Já no saguão do aeroporto, percebeu-se deixada de lado. Ana estava entre os meninos, dando autógrafos junto com eles. Ela não fazia parte daquilo. Ergueu a cabeça e passou por eles.

A viajem fora tranquila. Quase todos aproveitaram para dormirem e descansarem, afinal, assim que chegasse voltaria à agitação. Teriam algumas horas de descanso e no dia seguinte, uma rotina interminável de entrevistas e gravações. Ambos, Ana e os meninos, tinham que gravar clipes ainda naquela semana. E Ana estava ainda mais atarefada. Assim que colocasse os pés em solo americano, começariam as promoções de lançamento do seu CD.

Aterrissaram em LA. Houve grande comoção no desembarque. Ana não resistiu aos fãs que encontrou. Parou pelo caminho, abraçou, deu muitos autógrafos e recebeu tantas flores que seus braços já não davam conta. Ria como uma criança. Era a primeira vez que experimentava aquele tipo de coisa. Acenava com muito carinho para cada pessoa que gritava uma palavra de carinho.

Todos os meninos observavam com muito orgulho tudo aquilo. Especialmente AJ, que sorria ao ver que enfim Ana alcançara o carinho que tanto buscara. E como ela demorava demais. Foi ele mesmo que foi buscá– la. A reação dos presentes ali foi a mais óbvia. Não havia agora quem fosse contra aquele relacionamento. Ele apenas acenou a todos e puxou-a para onde estavam os outros. Seguiram então para o hotel.