QUARENTA E TRÊS

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  - Tenho certeza que já encontraram quartos mais confortáveis - Liriana comentou, abrindo empurrando a porta de madeira para mostrar um dos quartos. - Imaginei que se sentiriam mais seguros se todos estivessem próximos, então todos os quartos são nesse mesmo corredor.

- É só por uma noite - Mazen respondeu. - Ninguém vai morrer por não dormir em um colchão de pena de ganso.

A líder sorriu, parecendo satisfeita com seu comentário. Abriu outras três portas no corredor e disse para escolhermos. Felizmente, não tínhamos desfeito as malas no castelo de Seliun, o que tornou nossa saída muito mais rápida. Raence achou que seria uma boa ideia passarmos a noite nos Revolucionários, participarmos do treinamento do dia seguinte e ir embora logo depois.

- Ficarei no quarto ao lado, se precisar - Raence avisou, apoiando as mãos em minha cintura e me colocando na primeira porta.

Deixou um beijo suave em minha testa antes de caminhar calmamente até a segunda porta. Clare e Mazen não perderam tempo ao entrar e se trancar nos quartos.

- Obrigada por nos deixar ficar - agradeci a Liriana.

Ela me deu um breve aceno de cabeça.

- Para isso servem as alianças. Para poder contarem conosco quando precisarem e vice-versa. - Piscou um dos olhos.

- Claro - confirmei.

- Boa noite, majestades.

E nos deixou, descendo as escadas até sumir do meu campo de visão. Lancei um sorriso para Raence e adentrei o quarto, fechando a porta atrás de mim. O cheiro velho era forte ali também. Coloquei minha roupa de dormir, sem deixar de reparar a falta de um biombo ali, não que fosse um problema, já que estava sozinha. Me deitei na pequena cama e a madeira rangeu sob o peso. Puxei o fino lençol para cima de mim, me remexendo algumas vezes para tentar amaciar o colchão e o travesseiro duro. Contudo, graças ao cansaço, não foi difícil pegar no sono.

Foi Raence quem me acordou quando o sol saiu, então não fiquei surpresa pela invasão ao quarto.

- Eu poderia estar indecente aqui, sabia disso, certo?

Os lábios dele se ergueram em um canto em um sorriso libertino.

- Eu não reclamaria.

Meu corpo foi duramente avaliado por seus olhos escuros, mesmo coberto pelo tecido do lençol. Apenas revirei os olhos, sabia que ele estava apenas me provocando. Me levantei, expondo a camisola cintilante e ignorando a luxúria em seu olhar. Ergui uma das minhas sobrancelhas não tão finas para ele, que ficou me encarando.

- Não vai sair para eu me trocar?

Seu sorriso se abriu ainda mais e ele cruzou os braços, encostando a lateral do corpo no fino armário marrom ao lado da porta.

- Posso virar as costas, se quiser.

Olhei para a parede descascada acima de sua cabeça e suspirei, segurando a vontade de rir das suas gracinhas.

- Se eu confiasse em seu caráter o suficiente para saber que não iria me espiar, isso poderia acontecer.

Raence franziu a testa e cerrou os olhos, fechando o sorriso exuberante quando levou a mão ao peito.

- Você me ofende dessa forma, minha dama.

Relaxei o rosto e fui em sua direção, segurando seus ombros fortes. Ele deixou o corpo mole, facilitando meu trabalho quando o virei em direção a porta e o empurrei para fora.

- Te encontro lá embaixo?

- Vou esperá-la aqui. - Segurei a maçaneta para fechar a passagem. - Rose!

O Diadema Da Coroa [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora