TREZE

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  - O que está fazendo? - gritei. - Me tire daqui!

- Não. - respondeu, impassível.

- Quer que eu morra congelada?

Uma de suas sobrancelhas se ergueu em minha direção e ele continuou imóvel.Não sabia o que ele estava planejando, mas não gostava.

- Não vai morrer congelada.

Bufei. Tentei nadar até a beira - aquele lago era mais fundo do que eu esperava -, mas de repente uma corrente de vento começou a me puxar mais para o meio. Lutei contra, ao menos tentei, mas quanto mais me movia, mais frio sentia. Quando não aguentei mais, quando meu corpo cansou de tentar ir contra, deixei que a corrente me levasse.

- Me tire daqui! O que você quer?

- Quero que me mostre até onde vai.

- Até onde vai o que?

Observei quase em desespero Raence dar dois pequenos passos a frente, as mãos nos bolsos do sobretudo azul e os cabelos pretos caindo por sua testa.

- Eu vi você. Na varanda. A pele brilhando em um tom quase dourado. A sua energia, Rose. Faça de novo ou morrerá congelada.

- O que? - arfei. - Eu não sei...

- Você sabe exatamente do que eu estou falando.

- Isso não é fácil, certo? Eu não simplesmente ligo a hora que eu quero!

Raence meneou os ombros, como se não se importasse. Ele era maluco, completamente pirado. Me preocupei quando comecei a perder a sensibilidade nos pés, não conseguia mais mover os dedos. Um pouco mais de tempo e não conseguiria mais bater os pés. Iria afundar. E, provavelmente, morrer afogada, tendo em vista a disposição do rei em me ajudar.

- É você quem controla sua energia, Rose, não ela que controla você.

- Você perdeu completamente a cabeça!

- Pare de me atacar e se concentre! - ordenou. - Seus lábios já estão ficando roxos, querida, melhor se apressar.

Respirei fundo, mesmo com os protestos de meus músculos. Fechei os olhos e tentei acalmar a respiração, busquei por aquele calor, por aquela chama que vivia em algum lugar dentro de mim e não a achei. Rezei, implorei para que aparecesse, para que me salvasse. Nada. Nem um pingo de calor.

- Você é terrível nisso - ele resmungou alto o suficiente para que eu ouvisse.

- Sério? Eu estou congelando! Quase morrendo! Tente você tomar o controle de algo enquanto não sente sequer os seus pés!

- Largue o drama. É uma princesa, não lhe cai bem. - tentei o ignorar, mas ele logo voltou a falar. - Passou por tudo isso para morrer em um lago congelado? Como pode não conseguir controlar a si mesma?

- Fique quieto, está me desconcentrando!

- Você não está conseguindo nada com sua concentração.

- Foi você que disse para eu me concentrar!

Estava muito difícil mover as pernas. Estava quase completamente dormente. Não podia morrer ali. não depois de tudo. Não podia ter matado uma onça e padecer em um lago congelado.

- Você é fraca. Não sei porque esperava algo de uma garota tão tola.

Eu não era tola. Eu não era fraca. Sabia que não era e ouvi-lo dizer aquilo, duvidar de mim me irritava ao extremo. Raence seguiu falando, me atacando verbalmente. Prometi a mim mesma que se saísse daquela situação, a primeira coisa que faria seria bater naquele ser arrogante.

O Diadema Da Coroa [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora