Capítulo 31

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Juliette pov

São 4h da manhã e eu estou chegando em casa agora, morta de cansada. Graças a Deus e a eficiência da minha DP, conseguimos combater mais homens que facilitavam o crime no Rio de Janeiro. Sei que isso não é o bastante, mas é o que está ao meu alcance por agora.

Também sei que o crime diminuiria muito se o governo oferecesse mais oportunidades para nossas crianças e jovens. O crime não é a única solução, mas é a mais rápida para pessoas que estão desesperados por uma melhora em sua vida. E as crianças os tem como heróis. Afinal, quem é melhor, o bandido que proporciona festas e brinquedos pra eles ou os governantes que só pisam na favela em época de eleição?

Eu jamais julgaria esse povo, mas eu faço o meu melhor para tentar diminuir a criminalidade. Eu posso não conseguir, mas irei morrer tentando.

Chego em casa, tomo um longo banho para aliviar o estresse e o cansaço. Amanhã, no caso, hoje tem o depoimento que Sarah dará e eu ainda irei a buscar. A noite tem um jantar na minha casa. Minha vó veio passar uns dias aqui no Rio de Janeiro e minha mãe fez questão de fazer um jantar para família toda. Eu não estou nem um pouco afim de ir, mas irei da mesma forma.

Deito na minha cama totalmente largada e apago completamente.

...

Acordo com com campainha tocando, pego meu celular e vejo que já são 20h50

Juliette: Droga, eu estou mega atrasada! - a campainha toca de novo - JÁ VOU, SÓ UM MINUTO. - coloco uma calça jeans, uma blusa qualquer e escovo meu dente o mais rápido que posso. Saio do meu quarto e vou correndo para abrir a porta

Thais: Que cara de morte!

Juliette: Bom dia, dona Thais. - vejo Sarah ao seu lado sorrindo da cena - Entrem! - as duas entram e Sarah me dá um abraço e um selinho rápido me fazendo sorrir com seu gesto - bom dia, eu ia buscar você.

Sarah: Você não respondeu minhas mensagens desde ontem, então resolvi vir da mesma forma. E como Thais dormiu em minha casa, ela veio me acompanhar.

Juliette: Contou a ela?

Thais: Sim, ela contou. E se você não matar aquele babaca, eu mesma irei fazer o serviço.

Juliette: Sim, senhora! - termino de falar e a campainha toca logo em seguida - deve ser meu amigo delegado que ouvirá seu depoimento. - Sarah vai para perto de Thais com um certo receio e eu estranho a sua reação, mas ignoro indo em direção a porta e abro a mesma - Caio!

Caio: Olá Juliette, como vai?

Juliette: Cansada e você?

Caio: Na correria de sempre. - eu o convido para entrar e o mesmo cumprimenta a Sarah e a mesma parace estar mais aliviada com algo que eu não faço a mínima ideia do que seja. - podemos começar? Sei que as duas querem acompanhar Sarah, mas eu acho melhor que fiquem de fora para que não haja nenhum tipo de interrupções durante o depoimento.

Juliette: Eu faço questão de estar presente!

Caio: Imaginei que você não abriria mão de estar no momento, mas eu abro para você, terei que abrir para a jovem moça também.

Juliette: Eu e Thais iremos ficar em silêncio a todo instante, não iremos se quer expressar nossas feições. Sabemos o quanto Sarah é fechada e tímida para esse tipo de situação, fazemos questão de estar presentes por sabermos o quanto ela precisa de nós. Sou profissional e irei cumprir a minha palavra.

Caio: A senhorita Sarah está de acordo?

Sarah: Sim, totalmente!

Caio: Tudo bem, mas não quero ouvir nada vindo de vocês duas. Silêncio absoluto! Sarah vá a cozinha beber água para que fique mais tranquilo, estarei no aguardo para conversarmos.

Juliette: Vamos, eu acompanho você. - ela se levanta da sofá e eu a conduzo até a cozinha onde a mesma entra, pega água e bebe. Ela sai de lá e volta para a sala. - Tá tudo bem, Sarah! Você só precisa ser 100% sincera. Eu e Thais estaremos ao seu lado. - ela apenas assente.

Caio começa a fazer as perguntas e Sarah responde com previsão, mas parando em vários momentos para que pudesse chorar. Minha única vontade era a envolver em meus abraços até toda essa sensação passar, mas fiz uma promessa e sei se caso não fizesse de acordo, não irei poder continuar no restante de seu depoimento. Então, me controlo ao máximo.

Depois de mais duas horas, Sarah encerra seu depoimento! Thais teve que sair no meio de tudo, pois sua mãe não estava se sentindo muito bem e a mesma iria a acompanhar até o hospital. Caio acabou de ir embora e só restou eu e Sarah.

Ela está sentada no sofá com o rosto entre as mãos e pelo balançar de seu corpo, ela ainda chora. Me sento ao seu lado e a puxo para um abraço.

Juliette: Já passou, agora vai ficar tudo bem!

Sarah: Tenho medo dele vir atrás de mim e tentar novamente.

Juliette: Nada irá te acontecer, Sarah. Não vou deixar - ficamos abraçadas por mais alguns minutos até eu quebrar o silêncio - tem planos para hoje?

Sarah: Não tenho nada em mente, e você?

Juliette: Tenho um jantar na minha casa com a minha família, o que acha de ir comigo?

Sarah: Não sei, Juliette. Acho que não estou no clima para jantares familiares

Juliette: Eu queria que estivesse comigo. Mas se estiver muito ruim pra você, eu te levo para casa.

Sarah: Tudo bem, eu vou! Mas que tipo de roupa devo usar?

Juliette: Tudo em você fica lindo - ela me lança um olhar mortífero de como se me dissesse "isso não me ajuda em nada" - Vai ser um jantar simples, porém toda minha família estará lá.

Sarah: Que vergonha ir nesse jantar, nem temos nada sério.

Juliette: E a culpa é toda sua, mas eu respeito seu tempo - ela sorri e me dá um selinho - acho que eu mereço um beijo de verdade

Sarah: Merece? Porque?

Juliette: Porque eu sou uma mulher incrível

Sarah: Você é uma mulher convencida, mas eu também acho que você merece um beijo de verdade - eu a puxo para mais perto e a beijo com toda a delicadeza que encontro em mim. O beijo de Sarah me faz suspirar, é simplesmente sensacional.

Eu sou uma mulher muito privilegiada por ter esses beijos só pra mim

Depois de mais algumas horas de muito carinho, eu levo Sarah até a sua casa para que a mesma possa se arrumar e para que eu me arrume também. Daqui a pouco irei voltar para sua casa para levá-la até o jantar comigo.

Estou bem nervosa para tê-la como acompanhante para esse jantar, principalmente por vovó estar presente nele. Minha avó nunca gostou de nenhuma das minha namoradas, o que é muito estranho, por ela ser uma pessoa incrível e simpática com todos.

Ela nunca as tratou mal, mas também não escondia sua apatia em relação a elas.

Espero que ela não trate Sarah tão friamente, sei o quanto Sarah ficaria desconfortável com toda essa situação...

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Eita que a Sarah vai conhecer a família da Ju, será que a vó da Ju vai gostar da Sarah? Até amanhã ♥️

Por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora