Juliette pov
A festa na casa da Thais já estava rolando a algum tempo e está bem agradável. Deve ter no máximo umas 10 pessoas aqui. Sarah ainda não chegou, mas acredito que ela venha, Thais e ela são tão grudadas.
Estou bebendo coca cola e comendo algumas carnes, já que está rolando um churrasco, e como eu vou voltar pra casa dirigindo e amanhã eu vou trabalhar, decido que não vou beber nada. Camila ao contrário de mim, já está completamente chapada, amanhã ela trabalha e eu só quero ver a cara de derrota que ela vai chegar na delegacia. E pelo jeito terei que a deixar em casa, já que veio dirigindo.
Thais: Sentindo falta de alguém? - ela diz se aproximando de mim e sentando ao meu lado em uma das cadeiras vagas
Juliette: Sim, Sarah não vem?
Thais: Não, infelizmente. Eu a chamei, mas ela disse que tinha algumas coisas pra resolver e não iria conseguir vir.
Juliette: Entendo. Vocês são amigas a bastante tempo?
Thais: Sim, nos conhecemos no primeiro dia de aula na faculdade, o que já tem três anos. A Sarah é uma menina muito especial, é sempre bom tê-la por perto. Mas ela é muito fechada para o mundo Juliette, eu nesses anos todos, nunca a vi namorando alguém ou chorando! A Sarah guarda muita coisa pra si, eu só queria que ela confiasse em mim para me dizer o que tanto a machuca.
Juliette: Eu tenho a mesma impressão que você. Sarah me fez gerar um misto de sentimentos, mas o maior deles é a curiosidade. Mas você disse que nunca a viu com ninguém? Ela não deve se apegar fácil, não é?
Thais: Creio que não seja isso, eu nunca vi a Sarah beijando alguém. Durante esses anos de amizade nós saímos para vários lugares e no ano passado também passamos as férias juntas e nada dela se envolver com alguém. - eu a encaro e ela me olha com sinceridade - Juliette, eu amo a Sarah. Mas ela não é uma menina fácil, se está disposta a ter alguma coisa com ela, mesmo que seja amizade, você terá que ter paciência.
Juliette: Confesso que paciência não é comigo, mas quero me arriscar a tentar.
Thais: Espero que consiga, estarei torcendo para que isso dê certo. - ela sorri gentilmente e se retira.
Nunca teve alguém, não confia em Thais que é a sua amiga a tantos anos. Sarah tem um buraco muito grande em sua vida, algo a machuca e a faz ser tão insegura assim. E posso estar ficando maluca, mas quero ajudá-la a se curar.
...
A festa estava muito boa, mas já se passava das duas da manhã, eu estava muito cansada e ainda tenho que trabalhar amanhã. Vou até Thais que estava junto a seus amigos que também são pessoas legais e bem divertidas, me despeço deles e chamo Camila para irmos embora. Minha amiga está extremamente bêbada e fala coisas totalmente sem sentido o que me faz dar altas risadas.
Camila: Minha vida tá uma doideira, Juju - ela começa a rir sem parar.
Juliette: Tá bom, tá bom. Agora vamos que amanhã é dia de trabalho e eu quero você chegando em ponto, nada de atraso.
Coloco ela no carro, dou a volta e entro também dando partida para casa de Camila que fica bem longe da minha, o que já me causa estresse. Tô louca pra deitar na minha cama e ter um resto de noite dormindo.
Camila está dormindo e ronca alto. Depois de uns 15 minutos dirigindo, chego na casa de Camila, acordo ela e a ajudo a descer do carro e entrar em casa. Pego seu celular e coloco pra despertar, não quero que ela perca a hora porque amanhã temos muitas coisas para resolver e eu não vou atrasar a minha vida por conta das bebedeiras e ressacas da minha melhor amiga. Ela que lute.
Saio da casa dela e entro em meu carro. Estava passando em uma rua bem deserta, o que acaba a deixando muito perigosa. Minha arma está no porta luvas e eu passo por aqui alerta a qualquer tipo de movimento. Quase no fim da rua, vejo um carro estacionado em frente a um terreno abandonado, e esse carro é conhecido por mim.
Paro de acelerar o carro e vejo uma pessoa muito conhecida por mim e por meus pensamentos sentada na calçada com suas pernas juntas e seu rosto apoiado em seus joelhos.
Paro meu carro no meio da rua mesmo e desço rapidamente do mesmo.
Sarah: Se for me matar, mata de uma vez - sua voz é chorosa
Juliette: Sarah, é a Juliette - me abaixo a sua frente e passo a minha mão por sua cabeça - O que você está fazendo aqui?
Sarah: Eu estou bem, Juliette. Vai embora! - ela permanece com a cabeça abaixada e eu me sento no chão a sua frente. - por favor, me deixe ficar sozinha.
Juliette: Não vou sair daqui, olha pra mim - ela levanta seu rosto e vejo que ele está totalmente vermelho e molhado por suas lágrimas. Nem assim ela deixa de ser linda - O que aconteceu? O que você está fazendo aqui essa hora? São quase 03h da manhã.
Sarah: Não aconteceu nada, Juliette. Eu só queria ficar sozinha e precisava de ar, obrigada por se preocupar comigo, mas eu estou bem.
Juliette: Seus olhos te denunciam, Sarah. Eu sei que aconteceu algo, mas se não quiser contar, tudo bem, eu te entendo. Mas por favor, vai pra casa. Essa rua é muito perigosa pra você ficar aqui sozinha.
Sarah: Essa rua já está acostumada comigo, pode ficar tranquila. E como você disse, já está tarde, acho que é melhor você ir embora.
Juliette: Não saio daqui sem você. - ela fixa seu olhar no meu e eles parecem que brilham. - vamos Sarah, vou te deixar em casa.
Sarah: Estou de carro.
Juliette: Creio que você não está em condição de dirigir agora. Deixa seu carro aqui, amanhã você vem busca.
Sarah: Tudo bem - ela se dá por vencida. Pega alguma coisa em seu carro, o tranca e entra no meu.
Ela me diz seu endereço e eu vejo que ela está bem longe de casa.
Juliette: Tem amigos ou parentes nesse bairro?
Sarah: Não, eu não conheço ninguém que mora aqui. Só sei chegar até aquela rua mesmo.
Juliette: Por que?
Sarah: O que?
Juliette: Porque tão longe, Sarah? Você está bem longe da sua casa, estava sentada em uma rua totalmente deserta e totalmente perigosa.
Sarah: A intenção é que fosse longe mesmo. Longe da minha realidade longe das pessoas que eu conheço. Eu sempre vim aqui e ninguém nunca me achou, bom, até hoje. - estaciono meu carro em frente ao seu prédio depois de um bom tempo dirigindo, o caminho até aqui foi um silêncio absoluto. Sarah desce do carro e eu saio logo em seguida - Obrigada pela carona, Juliette. Tenha uma ótima noite.
Ela se vira indo em direção a entrada do seu prédio, mas corro até ela e seguro em seu braço, ato que a faz virar pra mim.
Juliette: Sarah, eu consigo ver em seus olhos que não está nada bem. Sei que nos conhecemos a poucos dias, mas algo em você me atrai. Eu quero te ajudar, saiba que você pode contar comigo. Tudo no seu tempo, mas quando achar que quer ou deve contar o que se passa aí dentro de você, eu estarei aqui. - inesperadamente ela me puxa para um abraço, eu retribuo e beijo sua cabeça. Sinto que algumas lágrimas escorrem por seu rosto enquanto ainda estamos abraçadas - você não está sozinha!
Sarah: Obrigada, Juliette. Pela carona e pelas palavras, algo me diz que posso confiar em você. Obrigada mais uma vez. - ela se desfaz do abraço e olha pra mim - agora eu preciso ir, fica com Deus.
Juliette: Se cuida! Boa noite - eu digo por fim e ela entra em seu prédio após me dar um aceno.
Entro no meu carro e vou para casa pensando no que aconteceu agora pouco. Sarah precisa de mim e eu estarei a disposição por ela...
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Até o próximo ♥️
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Por você
RandomSarah Andrade, uma mulher de 21 anos que cursa Odontologia. Aparentemente uma pessoa normal e feliz, mas somente ela sabe seus medos, seus traumas e as suas inseguranças... O que será que aconteceu com Sarah? Qual o motivo de tanto medo e tanta desc...