Capítulo 11

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Scarlett

Pelo que parece meu plano de irritar o príncipe está funcionando bem, parece ficar irritado toda vez que me vê passar o ignorando. Se continuar nesse ritmo tenho certeza que me deixará em paz logo, não vejo a hora de voltar para casa e brincar com o Lui, sinto tanto a falta dele, da mamãe e do papai também.

Ontem eu fui longe demais, era somente para ameaçar ele, mas fiz coisas que me arrependo, eu rebolei no colo dele, abri minha camisa e deixei meu sutiã a monstra, no momento me pareceu uma boa ideia porque queria me vingar de alguma forma e pelo que minha mãe disse, seduzir e deixar um homem morrendo de tesão é uma das piores vinganças, ela usa muito isso com meu pai quando eles brigam, sempre saiu como certa no final da discussão.

Eu não quero admitir, mas naquele momento fiquei com uma vontade tão grande de beija-lo...

Provavelmente foi o calor do momento, mas quando ele se virou e ficou por cima de mim por alguns segundos senti algo estranho passar em meu corpo, medo, ansiedade... excitação. Eu realmente pensei que ele ia fazer algo por vingança, mas simplesmente controlou a vontade e correu para o banheiro.

Talvez ele seja mais cavaleiro do que achei que fosse, mesmo sendo um demônio meio vampiro conseguiu domar a vontade. Acho que meu pai estava um pouco errado sobre ele, me tratou bem até, mas não dá para perdoar, me sequestrou, me prendeu nesse castelo como se eu fosse um pássaro em uma gaiola.

Eu o detesto, odeio tudo nele, seu rosto, seus olhos, seu sorriso, seu.... corpo, seu tanquinho.... definido, seus chifres grandes e chamativos...

Dou um tapa no meu próprio rosto por acabar pensando no que não devia, malditos pensamentos que sempre surgem novamente.

Tomo um susto ao ver a rainha na porta, só fico sem saber o que dizer, pois quando fico estressada acabo ofendendo as pessoas ao extremo, falo muita verdade na cara, Mia me ensinou a controlar um pouco isso, mas essa situação não foi prevista por ela.

Só respiro fundo, pois não posso sair ofendendo a rainha do inferno, eu sei que ela não gosta de mim, minha mãe me disse que é super protetora com o filho e também foi com ela, Sarah só quer o melhor para ele, mas deveria pensar em mim também, fui criada pela filha dela, pode não ser minha vó de sangue, mas poderia me considerar.

A verdade é que eu só queria voltar para casa, para minha mãe, meu pai super protetor que só quer o melhor para mim, e meu guarda costas lindo de mechas platinadas.

Sarah —deve querer descansar já que está de madrugada....— parece estar tentando conversar.

—eu não gosto muito de enrolação rainha, gosto quando as pessoas vão direto ao ponto.— falo normalmente enquanto desenho.

Sarah —eu sou hipócrita, sei disso. Tem toda a razão em odiar a gente, em me odiar, mas o Asura não é esse monstro que você pensa que ele é, claro que para todos ele precisará ser, pois um dia assumirá o trono do inferno, como rei ele não poderá ter fraquezas.—  só continuo a escutar mesmo cansada.

—eu só quero entender como não consegue ver o meu lado se passou basicamente pela mesma coisa.— falo séria e ela fica em silêncio.

Sarah —eu não gosto de falar no passado, mas  consigo entender seu lado, só quê.....

—seu filho vai estar em primeiro lugar mesmo que faça algo que na sua visão é errado? É isso que está querendo dizer?— pergunto a encarando, mas ela fica em silêncio por um tempo.

Sarah —vou tentar convencer ele a te deixar sair, mas poderia jantar com ele hoje, para conversarem e tentarem se entender sozinhos primeiro, são ligados pelo destino, até mesmo eu que consegui quebrar minha destinação não consegui ir contra a maré do destino sabe, se pelo menos os dois concordarem em se afastar será melhor.— só respiro fundo, pois sei que é verdade, destinados quase nunca ficam separados, a menos que um morra.

Meu Mestre, Meu ProblemaOnde histórias criam vida. Descubra agora