Capítulo 27

4.4K 442 90
                                    

Scarlett

—mãe, poderia pegar mais leve comigo, sabe que sou meio raposa— falo caindo de bunda no chão enquanto Mia olha para mim  sem ligar muito para o que eu disse.

Mia —você acha que o inferno se importa com sua fragilidade? Que os demônios vão tratar você diferente por ser raposa? Óbvio que não, precisa ser forte e treinar para se proteger, pois ficar dependendo dos outros é uma das piores coisas, ainda mais quando se acostuma a isso— só respiro fundo, pois sei que tem razão.

—vou me esforçar mais mãe— digo me levantando devagar por estar cansada.

Mia —por hoje acabamos, preciso cuidar dos seus irmãos, Belial deve estar puxando o cabelo do Henri, estão muito novos para ficarem calvos — diz calmamente antes de se retirar caminhando.

Só deito na grama e fico olhando para o céu estrelado que é lindo a noite, mas olho para o lado ao ouvir o som de galhos se quebrando.

Tem alguém me observando...

Consigo ver um par de olhos laranjas entre as árvores e presas brancas que refletem a luz das luas do inferno.

É um carniçal, um monstro que  parece um canídeo e anda em duas patas para atacar, eles são extremamente agressivos e comem qualquer tipo de animal, tem dois metros e meio de altura, são extremamente fortes.

Se eu correr ele me pega, morde meu pescoço me matando no hora, se eu tentar lutar não vai dar tempo de pegar a minha arma na cintura, Apesar que...

Só estendo minha mão para frente e uso meu poder para tacar ele para longe, o monstro tentou se agarrar em uma árvore com suas garras, mas ainda assim foi empurrado.

Só corro para dentro de casa logo depois de fazer isso, pois não sou louca de ficar aqui, esses bichos são vingativos, vai trazer a família junto para me caçar aposto.
(...)

Minha mãe está na sala vigiando meus irmãos que estão a aprender a andar, subo as escadas para ir até o escritório do meu pai, mas não abro a porta por escutar uma conversa, talvez eu não devesse ouvir, mas sou uma raposa e somos curiosas por natureza também.

Dagon —é impressão minha ou está gostando da minha filha, Arlan?— fico meio pasma ao escutar isso do nada.

Arlan —é impressão sua mesmo, só ajudo ela quando precisa, nada demais— a voz dos dois está calma.

Dagon —então não tem mesmo problema ou perigo de eu deixar você aqui dentro?— queria entender o contexto do assunto.

Arlan —nos conhecemos a milhões de anos, ainda tem dúvidas disso?

Dagon —quando o assunto é a segurança de meus filhos sim, tenho que pensar em todas as possibilidades possíveis.

Arlan —você quer ou não que eu cuide desse nível enquanto viaja para outro com sua esposa? Tenho certeza que Scarlett consegue cuidar de tudo caso ainda tenha dúvidas nisso.

Dagon —sei que Scarlet daria conta, o problema são os invasores que sempre tentam roubar esse nível infernal, vão tentar matar eles apenas por serem meus filhos.

Arlan —-pode ficar tranquilo enquanto resolve o problema desse novo território com sua esposa, eu vou proteger esse lugar, prometo não tocar na sua filha enquanto estiver aqui, assim está melhor?— o silêncio predominou por alguns segundos.

Dagon —certo, mas Lui vai ficar na casa também cuidando de tudo, quero que fique de olho na Scarlett também, não deixe ela trazer nenhum garoto para dentro dessa casa, muito menos deixe chegar ao quarto dela— queria entendo para que tanta proteção, até parece que sou uma adolescente ainda.

Arlan —não deixar a Scar se aproximar de homens, entendi— notei um tom de brincadeira na voz dele.

Dagon —é sério Arlan, ela é minha princesinha, não deixe ninguém tocar nela, muito menos desconhecidos— depois falam que a super proteção do meu pai é coisa da minha cabeça.

Arlan —só falta pedir para eu enjaular a garota, irmão.

Dagon —ela é uma garota, o inferno é perigoso demais para ela, tenho medo que possa acontecer o pior, demônios nunca serão dignos de confiança.

Arlan —e seus filhos, quem vai ficar aqui para alimentar e brincar com eles?

Dagon —a Ariane, já é acostumada a ser babá deles, não vou ter trabalho, só proteja o lugar e minha filha.

Só me afasto da porta e suspiro brava, pois eu literalmente não posso fazer nada, pensei que ele me deixaria ser mais livre!

Meu Mestre, Meu ProblemaOnde histórias criam vida. Descubra agora