Capítulo 31

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Asura

Só me sento na cadeira em frente a ruiva na minha frente, ela parece estar calma ao contrário de mim que estou tentando esconder o nervosismo de conhecedor alguém novo, ainda mais sendo uma possível noiva.

****** —meu nome é Serena, vossa alteza. Podemos ir nos conhecendo aos poucos já que vamos ter vários encontros até ter certeza que deseja me ter como sua noiva— diz de forma educada enquanto coloca a franja atrás da orelha.

—sei disso, mas não sei bem como deveria me abrir, mi lady— é estranho estar em um encontro com uma mulher que nem conheço.

Serena —então que tal começar me conhecendo?— pergunta abrindo um pequeno sorriso de forma elegante o que me faz me lembrar um pouco da Scarlett, do jeito dela.

—vamos fazer isso depois de comer, pois podemos sair para passear em volta do lago— imagino que seja mais tranquilo assim.

Serena —como quiser alteza— diz educadamente enquanto chama o garçom.

—Asura, pode me chamar apenas pelo meu nome— digo, pois alteza me deixa desconfortável da mesma forma que príncipe.

—claro, mas deve parar de me chamar de mi lady— apenas concordo.

Fazemos nossos pedidos para a cozinheira e ficamos esperando os pratos ficarem prontos enquanto conversamos.

—posso saber se deseja mesmo isso, ser minha noiva, ou está sendo obrigada pela sua família?— pergunto e ela me olha por um tempo.

Serena —minha família quer isso, mas é escolha minha aceitar e estar aqui, eu acho que você é diferente dos outros, seu olhar mostra isso, consigo ver empatia.

—minha família acha esse detalhe em mim ruim— digo e pego o copo de água enquanto espero a comida sair.

Serena —para ser sincera acho que você é mais digno que qualquer um, você é diferente do seu pai, de todos os outros demônios, não pensa só em si mesmo, não procura se beneficiar prejudicando os outros— ela procurou informações sobre mim?

—está bisbilhotando minha vida?— pergunto com um tom mais irônico o que faz ela ficar meio sem graça.

Serena —procuro saber quem realmente é a pessoa que posso acabar me casando, pois caso seja ruim dá para terminar— nisso ela tem razão.

—está sendo sincera comigo e pretendo ser com você, sabe que eu tenho uma destinada não é?— pergunto e espero ela falar, pois não gosto de mentir e manipular.

Serena —sua serva certo? Fui informada sobre isso, sim— parece que estão mesmo tentando me casar, pois contaram até esse detalhe  a ela, talvez a todas as pretendentes.

—eu não me sinto pronto para casar, e eu não sei se um dia estarei, mas quero conhecê-la de verdade— vou acabar me casando querendo ou não de qualquer jeito.

Serena —você a ama? Sua serva— pergunta com o olhar baixo.

—sou meio vampiro, sabe como funciona os sentimentos para essa espécie não é?— pergunto e ela volta a me encarar.

Serena —sei sim, os sentimentos nunca somem e são extremamente intensos— ela parece séria.

—se conseguir aceitar o fato de que talvez eu nunca vá ama-la, poderemos continuar— digo olhando para seus olhos azuis esverdeados, apenas observo que ela respira fundo.

Serena —se não vai conseguir me amar, por que não se casa com sua serva?— seu olhar parece apenas mostrar dúvidas.

—por que não é recíproco, ela não me quer, minha família também nunca a aceitaria de qualquer maneira, é melhor assim imagino.

Serena —se acabarmos nos casando vai me tratar com respeito, certo?  Mesmo que não consiga me amar?

—aceitaria isso, sem problemas?— pergunto estranhando.

Serena —não e como se eu fosse negar, meu pai e minha mãe não se amavam, acho que nunca conheci um casal que se amasse de verdade— no inferno isso realmente não é muito comum mesmo.

—meus pais se amam, de forma recíproca inclusive—  digo e ela faz uma expressão irônica, imagino o que está passando na cabeça dela —vai citar o fato da minha mãe já ter traído meu pai?

—não, o que mais tem no inferno são traições, além disso, seu pai traiu primeiro. Pelo que dizeram sobre o casamento deles não parece amor, está mais para dependência, medo de perder o outro— talvez tenha absoluta razão sobre isso, meu pai tem medo de perder minha mãe e minha mãe de perder ele.

Paramos de conversar quanto servem o jantar, parece que vamos conviver por muito tempo.

Meu Mestre, Meu ProblemaOnde histórias criam vida. Descubra agora