Capítulo 16

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Scarlett

Só bebo um copo de champanhe enquanto estou na balada com minhas amigas, elas estão tão felizes em me ver, não param de perguntar e conversar, mas minha cabeça parece estar em outro lugar agora.

Só fico mais uns minutos antes de decidir voltar para casa, estou com um mau pressentimento, meu coração parece estar apertado, também tive um pouco de dores no peito alguns vezes durante a semana.

Eu sei que o Asura é meu mestre e pode fazer o que quiser, mas poderia diminuir suas atividades de luta, ou sei lá o que ele faz para me causar tanto incômodo.

Caminho de volta para minha casa com minhas amigas do lado, quando chegamos em frente ao grande portão do jardim me despeço delas, vou em direção a porta da frente, quando passo pela piscina paro de andar ao ver a cena do Aron se banhando só de sunga.

Só engulo seco e tento desviar o olhar do corpo sarado e esculpido que ele tem.

Eu estou merecendo muito um tapa da Mia por estar pensando essas coisas,  ela me criou como filha e eu tô  pensando coisas impuras com o pai dela.

Sei que isso é extremamente estranho, mas tem uma parte do meu celebro que vive me lembrando que não somos parentes de verdade e que ele esta solteiro....

Fico pasma quando ele vira em minha direção e sorri para mim. Acho que estou longe o suficiente para ele não conseguir ouvir meus pensamentos, mas não tenho certeza, por isso estou com medo de responder normalmente.

Só aceno e passo direto para entrar no castelo, vejo Ariane carregando algumas caixas com o enxoval do meu futuro irmãozinho, pode ser menina, mas colocaram expectativa demais e até conseguiram me convencer do contrário também.

Passo pela sala e paro um pouco para ver minha mãe e meu pai conversando, me aproximo um pouco para dizer que cheguei, mas nem repararam.

Mia —eu quero que o nome seja Henri, eu que vou sofrer para dar a luz, tenho o direito de escolha.— estão discutindo o nome pelo que parece.

Dagon —esse nome é muito comum, nosso filho vai se um demônio e não um humano, ele tem que ter um nome forte.— parece que não vão decidir tão cedo qual nome dar a criança.

Só bato meu pé no chão para repararem em mim, vejo que os dois me olham  por um tempo.

Mia —como foi a festa?— pergunta com um sorriso.

—um pouco chata, estou subindo, boa noite.— falo me virando para sair do cômodo.

Dagon —vai ter um baile em um dos maiores salões do inferno amanhã, normalmente só a nobreza do inferno e os pilares vão, mas como é minha filha vão abrir uma exceção, nunca levei você antes por causa do perigo que poderia sofrer, não confio nos meus irmãos.— ele parece um pouco sério.

—entendi, estou com sono agora e não sei se irei querer ir. Amanhã eu vejo.— falo saindo do cômodo para ir ao meu quarto.
(...)

Fico deitada na cama olhando para o teto com tédio, pois não sei o motivo de estar tão desanimada ultimamente.

Escuto batidas na porta do quarto, mando entrar sem dar muita importância. Me viro para ver quem é, vejo minha mãe vir na minha direção, ela senta na cama e fica me olhando.

Mia —Scar, você está bem? Sinto que está estranha ultimamente— diz me olhando com preocupação.

—eu estou bem mãe.— falo me virando em sua direção.

Mia —você age de forma um pouco estranha em relação ao seu futuro irmãozinho que vai nascer, se tiver com um pouquinho de ciúmes quero que saiba que é normal, também fiquei com ciúmes quando minha mãe engravidou, mas tive meus motivos pois ela esqueceu de mim por um tempo. Eu e seu pai sempre vamos amar você, nunca será a segunda opção minha raposinha linda.— diz fazendo cafuné na minha cabeça.

—você tem inveja do Asura?— pergunto curiosa.

Mia —tinha, minha mãe só tinha olhos para ele depois que nasceu, mas consigo entender, ele foi tudo que ela sempre quis. Se abre um pouco comigo, sou sua amiga.— só respiro fundo.

—acha que o papai quer se livrar de mim? Sei que é idiota pensar isso, mas ele nunca me deixava ir em bailes e agora...

Mia —seu pai está tentando te dar a liberdade que uma adulta precisa ter, ele não quer se livrar de você, muito menos ver você casando,  nenhum homem será bom o suficiente para princesinha dele.— quando ela diz isso só percebo o quando minhas inseguranças são bobas.

—eu queria saber o que fazer da minha vida, você consegue ver o futuro não é? Não pode me guiar?— pergunto e ela só fica em silêncio.

Mia —eu não posso, pois apostar no futuro é algo que não funciona, sofri tanto por tentar segui-lo filha, você nem imagina.— diz normalmente enquanto toca na barriga, parece estar desconfortável.

—esta doendo?— pergunto preocupada com ela.

Mia —só estou com um pouco de cólica, nada demais.— acho que ela deveria descansar.

—eu tenho que dormir um pouco, meu pai deve estar sentindo sua falta e  a do meu irmãozinho na sua barriga, melhor ir.— falo normalmente e ela olha na minha cara.

Mia —eu já entendi que tenho que descansar, boa noite.—diz se levantando para sair do quarto.

—boa noite, mãe— falo me levantando para fechar a porta, pois nunca ouso dormir desprotegida.

Meu Mestre, Meu ProblemaOnde histórias criam vida. Descubra agora