Capítulo 42

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Scarlett

O escritório estava silencioso, exceto pelo som das penas deslizando sobre o pergaminho enquanto Arlan revisava os documentos da economia do reino. Eu observava a cena com um misto de admiração e frustração. Arlan, um dos pilares do inferno, era a única pessoa em quem eu realmente confiava para me ajudar a governar meu reino. Mas havia algo mais. Algo que eu não podia ignorar.

"Arlan, podemos falar um instante?" perguntei, tentando esconder a ansiedade na minha voz.

Ele levantou os olhos brevemente dos documentos, dando-me um olhar curioso antes de voltar ao trabalho. "Claro, Scarlett. O que precisa?"

Eu caminhei até a mesa, fingindo estar interessada em um dos mapas espalhados por lá. "É sobre a economia. Parece que temos alguns problemas com a arrecadação de impostos nas regiões mais distantes. Os senhores feudais não estão cooperando como deveriam."

Arlan assentiu, pegando um dos pergaminhos para me mostrar. "Sim, estou ciente. Precisamos de uma abordagem mais diplomática. Talvez uma visita pessoal resolva a questão."

Enquanto ele falava, me aproximei mais, sentando na borda da mesa. Minha saia curta subiu um pouco, revelando minhas pernas quase nuas. Arlan não parecia notar, ou pelo menos fingia não notar.

"Arlan, você não acha que está um pouco quente aqui?" perguntei inocentemente, inclinando-me ligeiramente para frente, fazendo com que sua linha de visão fosse diretamente para minhas pernas.

Ele continuou a ler os documentos, sem desviar o olhar. "Estamos no inferno, Scarlett. Calor é o nosso padrão aqui."

Por dentro, fiquei furiosa. Como ele podia ser tão indiferente? Respirando fundo, decidi que precisava ser mais direta.

"Arlan, você é o único homem que não é da minha família que eu realmente admiro. Sei que minhas ações ultimamente podem não ser as melhores, mas..."

Ele me interrompeu, levantando o olhar para mim com uma expressão séria. "Scarlett, você é uma mulher bonita, mas meu respeito por você é maior. E meu respeito por Dagon também."

Havia um silêncio pesado entre nós. Mas eu não queria desistir tão facilmente. "Arlan, eu entendo o que está dizendo. Mas... não pode negar que há algo entre nós. Sinto isso."

Ele suspirou, desviando o olhar novamente. "Scarlett, não devemos... Isso é complicado. E perigoso."

Decidi arriscar tudo. Inclinei-me mais para perto, minha mão tocando a dele suavemente. "Arlan, por favor. Só por um momento, esqueça todas as regras e responsabilidades."

Ele me olhou intensamente, como se estivesse travando uma batalha interna. "Scarlett, não posso. Dagon confiou em mim. E eu não posso trair essa confiança."

Mas eu vi a hesitação em seus olhos. "Arlan, eu não estou pedindo uma traição. Só estou pedindo para você ser honesto com o que sente. Ao menos uma vez."

Ele ficou em silêncio por alguns momentos, antes de finalmente ceder. "Scarlett, isso é loucura. Mas... eu não posso mais fingir que não sinto nada."

Antes que eu pudesse responder, ele se aproximou, suas mãos segurando minha cintura com firmeza. Nossos lábios se encontraram em um beijo intenso, carregado de desejo reprimido. Senti um calor percorrer meu corpo, um misto de satisfação e excitação.

"Arlan..." murmurei contra seus lábios, sentindo minhas mãos explorarem seu peito firme.

Ele suspirou, sua voz rouca de desejo. "Scarlett, isso não é certo. Mas eu... não consigo parar."

Em um movimento rápido, ele me levantou e me colocou sobre a mesa, nossos corpos se encaixando perfeitamente. O escritório, com seus documentos e mapas, tornou-se um cenário de nosso momento de loucura.

O tempo parecia parar enquanto nos entregávamos ao desejo. Seus toques eram firmes, mas gentis, e eu sentia cada parte do meu corpo reagir a ele. Era como se toda a tensão acumulada finalmente encontrasse uma válvula de escape.

Depois do que pareceu uma eternidade, paramos, ambos ofegantes. Arlan me olhou com um misto de culpa e arrependimento. "Scarlett, isso não devia ter acontecido."

Eu respirei fundo, tentando processar o que acabara de ocorrer. "Arlan, eu sei. Mas... não podemos mudar o que sentimos."

Ele se afastou, arrumando suas roupas. "Scarlett, precisamos ser fortes. Isso não pode acontecer novamente. Meu dever é ajudá-la a governar, não... isso."

Senti uma pontada de tristeza, mas sabia que ele estava certo. "Eu entendo, Arlan. E agradeço por ser honesto comigo."

Ele suspirou, parecendo aliviado. "Vamos voltar ao trabalho. Temos um reino para governar."

Eu assenti, embora uma parte de mim soubesse que nada seria o mesmo entre nós. Mas pelo menos, por um breve momento, havíamos sido honestos com nossos sentimentos. E talvez, isso fosse o suficiente.

Meu Mestre, Meu ProblemaOnde histórias criam vida. Descubra agora