Meu Mestre, Meu Problema

Capítulo 56

Esse capítulo mostra as passagens de tempo, vai resumir mais o menos o que Scarlett fez além de ser rainha.

Scarlett

Os bailes infernais eram a essência da opulência. Salões decorados com velas brilhantes, vestidos luxuosos e risos ecoando pela noite. Mas, por trás da extravagância, havia um segredo que eu guardava com carinho: os encontros no jardim. Era lá que a verdadeira magia acontecia.

**Na primeira primavera após nosso primeiro baile**, a brisa suave dançava entre as árvores, e eu me sentia livre. Asura estava encostado em uma árvore, seu olhar distante, como se estivesse em outro mundo. "Por que você sempre fica tão longe?", perguntei, tentando quebrar a barreira que ele erguia ao redor de si.

Ele virou o olhar para mim, e por um breve momento, vi a luta interna refletida em seus olhos. "Às vezes, o distanciamento é mais seguro", respondeu, mas sua voz não tinha a frieza habitual. Era um convite disfarçado.

**Conforme as estações mudaram**, nossos encontros se tornaram mais frequentes. Em cada um deles, nossas conversas se aprofundavam. Falávamos sobre sonhos, medos e os fardos que carregávamos. Era como se, juntos, pudéssemos esquecer por um momento o peso da realeza.

**Em um baile de verão**, a música envolvia nossos corpos, mas meu coração estava ansioso por nossa fuga para o jardim. Assim que encontramos um espaço reservado entre as flores, a tensão entre nós era quase palpável. "Você sabe que precisamos disso, não sabe?", eu disse, e ele assentiu, os olhos fixos em mim.

"Sim, mas é complicado", Asura murmurou, sua frieza quase desaparecendo. Era nesses momentos que eu sentia seu verdadeiro desejo, uma chama escondida sob a superfície.

**Os meses se passaram**, e eu percebia que, a cada encontro, meu amor por ele se tornava mais forte. Eu não via mais ninguém, apenas Asura. Em cada dança no salão, meus olhos buscavam os dele, e quando finalmente nos encontrávamos no jardim, tudo fazia sentido. Era um refúgio onde nossos corações podiam ser livres.

**Em uma noite de outono**, o ar estava fresco e cheio de promessas. Asura me puxou para perto, e nossos lábios se tocaram pela primeira vez. Foi um momento mágico, um desabrochar de sentimentos que eu sempre soube que existia.

**Serena**

Os dias passaram desde que descobri a traição de Asura, e a vida como princesa começou a se tornar uma rotina. Com as responsabilidades de meu novo título, mergulhei em eventos e reuniões, tentando manter-me ocupada. No entanto, a sombra da traição pairava sobre mim, lembrando-me constantemente da realidade dolorosa.

A cada baile e festa, eu sabia que ele estava com Scarlett. O olhar que trocavam, a conexão visível entre eles, era impossível de ignorar. Era doloroso, mas eu precisava aceitar que, por mais que isso me machucasse, eu era a esposa de Asura, não uma amante qualquer.

Enquanto me sentava ao lado dele nas mesas de honra, observando-o dançar com sua destinada, uma onda de determinação começou a crescer dentro de mim. Eu não era um pedaço de carne a ser usado para satisfação momentânea. Eu era a mulher que escolheu estar ao seu lado, a pessoa que se importava com seu futuro e o bem-estar do nosso reino.

**Em uma dessas noites**, enquanto me preparava para mais um evento, olhei meu reflexo no espelho e afirmei: "Sou mais do que isso. Sou sua esposa." Essa declaração se tornou um mantra, uma maneira de lembrar a mim mesma do meu valor.

**Quando ele chegou para o baile**, seu sorriso era encantador, mas eu sabia que era apenas uma máscara. Ele não demonstrava sentimentos, apenas um desejo por Scarlett, e eu não poderia permitir que isso me destruísse. Em vez de ceder ao desespero, encontrei forças para me manter firme. As pessoas viam o príncipe e sua princesa, mas eu sabia que havia um conflito silencioso.

"Eu sou a rainha deste reino, e não vou permitir que me tratem como uma mera figura decorativa", declarei para mim mesma. Eu tinha um papel a desempenhar, e faria isso com dignidade.

**Nos bailes seguintes**, ao ver Asura dançar com Scarlett, mantive a cabeça erguida. Sorri para os convidados, participei das conversas e, sempre que nossos olhares se cruzavam, enviava uma mensagem silenciosa: "Estou aqui. Eu sou sua esposa."

A aceitação da minha realidade não significava que estava resignada. Estava disposta a lutar por meu lugar. Eu não era uma amante relegada às sombras; eu era a esposa que sempre estaria ao lado dele, pronta para enfrentar qualquer desafio.

**Enquanto a música tocava**, lembrava-me de quem realmente era e do que significava estar ao lado de Asura. Não seria fácil, mas estava determinada a não ser apenas uma espectadora da própria vida. Minha voz seria ouvida, meu valor reconhecido, e, acima de tudo, lutaria pelo amor que ainda acreditava ser possível entre nós, mesmo que Asura não demonstrasse.