Scarlett
Acordo com o som dos pássaros cantando, a janela está aberta o que indica que minha mãe passou por aqui, ela costuma ver se estou bem, fica mais tranquila. Eu tinha vários pesadelos horríveis quando criança, não conseguia dormir, mas não queria incomodar meus pais com meus problemas, pois sabia que pesadelos não eram importantes ao ponto de precisar ir dormir no quarto deles.
Me sento na cama e fico olhando para a parede por um tempo enquanto espero meu celebro ligar, acabo olhando para outra parede e tomo um susto enorme ao ver uma sombra alí, está me observando.
Engulo seco e respiro fundo tentando me acalmar, pois ele não parece ser alguém perigoso.
—imagino que seja você Asura.— falo pois minha mãe me falou que o o rei tem o poder de controlar a própria sombra, provavelmente ele pode ter ensinado ao filho.
(Asura —sim, sou eu. Só queria pedir desculpas pelo que fiz a você, sinto muito. Já que não nos veremos mais decidi vir me despedir.) A voz dele parece só estar na minha cabeça, isso é um pouco estranho. Estou sem entender o que ele quer dizer com isso.
—vai parar de tentar me conhecer?— pergunto baixo pois não posso deixar ninguém ouvir eu falando, pois estou sozinha no quarto.
(Asura —sim, você já mostrou que não gosta da minha presença, nem da minha família, além disso, tenho coisas melhores para fazer do que me humilhar correndo atrás de você) fico sem saber o que falar depois de ouvir isso, antes que eu consiga dizer algo a sombra dele desaparece do quarto.
Essa conversa não foi do jeito que eu esperava que fosse, mas preciso me levantar, não ficarei arrumada sozinha.
(...)Saio do quarto e desço as escadas, pois hoje pretendo sair com as minhas amigas, enquanto caminho no corredor apressada acabo batendo e caindo em cima de alguém. Me levanto ainda sonsa por causa do impacto, quando reparo em quem bati só peço desculpas tentando não olhar para o tanquinho dele.
—sinto muito mesmo, eu sou bastante desastrada de manhã.— falo envergonhada.
Aron —tudo bem, eu também estava distraído.— diz se levantando com a mão na cabeça, acho que bateu ela no chão, estou me sentindo mal agora.
—me desculpa a pergunta, mas você consegue ler minha mente?— pergunto pois se ele consegue estou ferrada literalmente.
Aron —as vezes consigo ver os pensamentos de quem está pensando em mim.— engulo seco ao ouvir o que ele acabou de falar.
—quer dizer que no jantar ontem você....
Aron —não fica preocupada, não costumo levar a sério pensamentos momentâneos.— diz normalmente, com um sorriso.
Acabo sem querer olhando para seu cabelo bagunçado, tem algumas mechas da franja dele em frente ao rosto o que deixe ele com um ar mais descontraído e mulherengo.
—ainda bem que eu já morro no inferno, pois se eu morrer não precisarei me preocupar para onde vou depois.— falo normalmente e ele ri.
Aron —não é a primeira que pensa assim, também não será a última. Tenho que ir, até outra hora Scarlett.— diz continuando seu caminho pelo corredor.
Só balanço a minha cabeça pois preciso continuar meu caminho, vou até a sala do meu pai e bato três vezes antes de entrar.
Quando entro na sala vejo meu pai falando com um homem loiro de beleza angelical, acho que é Lúcifer.
—eu sinto muito, irei voltar outra hora.— falo logo me virando.
Loiro —espera garota, fique.— quando ele diz isso volto a me virar.
Dagon —esse na minha frente é Lúcifer, criador dos demônios, meu criador.— faço uma referência, pois nunca fiquei na frente de alguém tão importante quanto ele, pois é o criador do nosso mundo.
Lúcifer —não precisa sem tão educada.— diz normalmente, seu olhar é acolhedor.
—esta aqui por causa do que aconteceu no castelo? Se for eu sinto muito, é culpa minha, não puna o meu pai.— falo meio preocupada e o loiro só ri.
Lúcifer —não se preocupe, sei que seu pai só fez isso para proteger você, mas não entendo uma coisa, por que não gostou do meu neto, no meu ponto de vista ele seria um bom marido para qualquer tipo de mulher, não é mau, colocaria a sua felicidade a cima da todas as outras coisas.— quando ele diz isso meu pai fica em silêncio, está sério, não aparece gostar do assunto.
—eu não vivi, não quero me ver presa a alguém antes de descobrir se prefiro ser livre.— falo e ele fica me olhando por um tempo.
Lúcifer —consigo entender seu ponto, já que é assim já vou indo, não precisa mais se incomodar com o meu neto, ele está bem ocupado com os trabalhos que foram colocados em cima dele ontem, tive que criar um décimo quarto nível infernal e ele está bem ocupado com isso.— diz se levantando.
—entendo.— falo meio sem expressão.
Lúcifer —qualquer dia desses passe no castelo, minha esposa quer muito conhecer você, ela considera seu pai como um filho, provavelmente vai considerar você como neta.— eu não consigo acreditar que Lilith quer me conhecer, eu acho ela tão legal, minha mãe fala demais sobre ela.
— até algum outro dia, Azazel.— falo pois esse é um dos nomes dele, vejo que ele só sorri e sai da sala.
Dagon —imagino que tenha vindo aqui por algum outro motivo, quer pedir algo não é?— diz me olhando, ele sempre está sério e isso me deixa meio nervosa.
—vou sair com as minhas amigas hoje então vim te avisar.— falo pois agora sinto que não precisarei sair às escondidas.
Vejo que meu pai respira fundo, ele ainda parece não ter se acostumado com a ideia de eu ser capaz de me cuidar sozinha.
—eu vou com o Lui então.— falo para ver se aí ele deixa.
Dagon —pode ir sozinha, mas prefiro que saia com o Lui se for para locais com demônios perigosos, se cuida filha.— fico animada quando ele termina de falar.
—obrigada pai.— falo saindo animada.
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Meu Mestre, Meu Problema
RomanceScarlett Meu nome é Scarlett, sou uma demônia meio raposa, sou filha do demônio mais forte do inferno, mas ele é somente considerado o guardião do lugar, minha mãe me abandonou quando nasci, mas não quer dizer que não tenho uma referência materna, m...