Capítulo 26

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Scarlett

Enquanto espero Asura sair da sala do trono para poder entregar o bolo vejo  Lion passar por mim bravo, não deve nem ter me notado pela forma que passou.

Ele realmente não gosta nem um pouco do Aron, acho que se pudesse o matava, só não fez isso por causa do meu pai.

Abro um sorriso ao ver Aron a sair da sala calmo como se nada tivesse acontecido, Asura está atrás dele, parece meio desanimado, acho que deve sempre estar assim ultimamente.

Aron —o que você está fazendo aqui? Seu pai sabe onde está?— diz de forma séria, só respiro fundo, pois no quesito proteção faz o que meu pai acha certo como me proteger excessivamente.

—na verdade ele sabe sim,  a pergunta é o que você está fazendo aqui "vovô"?— falo com um sorriso irônico e ele fica sério, não é meu avô e nem é velho para ser chamado assim, mas gosto de irritar um pouco ele, demônios odeiam ser chamados de velho.

Aron —não tira minha paciência, Scar— só paro ao notar que realmente não gostou, talvez eu chame ele de "irmão", pois meu pai o criou, me pergunto se vai se incomodar da mesma forma. Volto minha atenção para Asura quando ele tosse de leve.

—já ia esquecendo, trouxe bolo de chocolate para vocês— falo animada e os dois ficam me olhando da mesma forma, é até engraçado por causa da semelhança.

Asura —veio até aqui para me dar um bolo? Sabe que na geladeira do castelo tem dezenas né?— eu sei disso, mas sei que não come, pois não gosta de coisas açucaradas.

Aron —fazem um casalzinho lindo, cuida bem do meu irmãozinho Scar, já vou— fala com um sorriso enquanto bagunça meus cabelos ondulados, logo desaparece sem avisar.

Asura —ele me chamou de irmãozinho?— acho que está sem acreditar que ouviu mesmo isso.

—pelo que eu saiba é isso que você é, irmão mais novo, mas se não aceita isso tudo bem— quando digo isso ele abaixa a cabeça e fica pensativo.

Asura —o pior é que não dá para negar que ele é filho do meu pai, meu meio irmão e tem direito ao trono...— diz de forma desanimada, me pergunto como se sente com esse fato.

—imagino que não queira que ele tenha direitos ao trono do seu pai já que você até agora foi o único herdeiro— digo me sentando no sofá, pois talvez queira se abrir comigo.

Asura —saiam do cômodo— diz de forma calma e todos os 5 guardas saem na hora, estamos literalmente sozinhos agora.

Vejo que ele senta na poltrona a minha frente, está olhando diretamente para meus olhos, só viro o rosto, pois mesmo não querem afetar ele não funcionaria.

Asura —por que virou o rosto, não quer olhar para mim?— sua voz mostra que está sério, mas só respiro fundo, pois ser uma raposa não é fácil, todas desejam ter a beleza que recebemos ao nascer, essa aura de sedução e autoestima elevada, mas tem lados ruins nisso também.

—só não quero hipnotizar você e influência-lo a se apaixonar sabe, raposas são seres traiçoeiros, damos azar infelizmente— para todos eu sou um ser oportunista que usa a beleza para ter tudo que quero, meus instintos as vezes me levam a querer tudo do bom e do melhor, mas odiamos mais que tudo ser presas a mesma vida por muito tempo.

Asura —a destinação já me faz amar você eu acho, seu olhar não vai influenciar o que já sinto, de qualquer forma, obrigado pelo bolo, mas sei que só veio aqui para ver como estou— ele me pegou....

—eu estou preocupada, sou sua serva no final das contas, meu dever é cuidar de você sabe...— digo virando o olhar enquanto bato os pés no chão com um pouco de vergonha.

Asura —entendi, mas estou bem, mesmo que eu não esteja não vai fazer diferença na sua vida, suicídio é uma morte natural, não levará você junto— diz com um tom de brincadeira, mas ouvir essas palavras me deixou ainda mais preocupada.

—pare de brincar com isso!— digo brava e ele apenas da um sorriso de canto, acho que está brincando comigo.

Asura —o que quer saber? Parece estar curiosa sobre o que foi conversado na sala do trono do meu pai— diz normalmente.

—não quero saber o assunto para dizer a verdade, pois já imagino o que foi conversado e como seu pai se sente com isso— não consiga defender o Aron, gosto muito do pai da minha mãe (madrasta), mas ele dormiu com uma mulher casada, pior ainda por ser a mulher do pai dele.

Asura —é realmente muito estranho, as vezes não entra na minha cabeça que meu meio irmão por parte de pai ficou com a minha mãe, chegou a engravidar ela, tiveram uma filha juntos que é minha irmã por parte materna, extremamente complicado...— só acabo rindo, pois isso é uma bagunça.

—o que pensa do Aron, quero dizer... tem medo que ele queira o trono ou algo assim...?— vejo que ele fica pensativo, mas logo abre um sorriso.

Asura —não, ele não parece ruim, tudo que quer é ter o nome dos pais dele, sei lá, penso que deve ter sido solidário ser abandonado recém nascido, achar que foi culpa do meu pai.... As vezes não duvido que pode realmente ter sido ele que fez isso, mas não é da minha conta não é mesmo, se meu pai diz que não fez tenho que confiar— deu vontade de abraçar ele agora, colocar a mão em suas cabelos e sentir os fios entre meus dedos, mas é melhor não fazer nada, prefiro não dar esperança se não pretendo ficar com ele, pois pode ser pior.

—se as coisas ficarem ruins lembre  que tem um lugar para onde voltar, minha mãe disse que nossa casa está sempre aberta para você e meu pai concorda, pois tem uma dívida a pagar contigo— quando digo isso ele abaixa o olhar para ver seu relógio, logo depois se levanta.

Asura —queria comer o bolo, mas tenho trabalhos a fazer, não posso atrasar eles, foi bom ver você raposinha— diz olhando diretamente em meus olhos antes de sair me deixando sozinha no cômodo.

Meu Mestre, Meu ProblemaOnde histórias criam vida. Descubra agora