Capítulo 94

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Scarlett

Saio da sala de brinquedos com Sarah ao meu lado, ainda refletindo sobre o que Vairon disse. Caminhamos pelos corredores do castelo em silêncio até que Sarah para diante de uma porta.

**Sarah** —Este é o escritório do Asura. Ele passa bastante tempo aqui. Se quiser falar mais sobre ele, posso te deixar à vontade para pensar— sugere, enquanto me lança um olhar compreensivo.

**Scarlett** —Obrigada, Sarah. Preciso de um momento para organizar meus pensamentos— digo, aceitando a sugestão. Sarah se despede com um leve aceno e vai embora, deixando-me sozinha.

Entro no escritório e fecho a porta atrás de mim, deixando o silêncio tomar conta do ambiente. Olho ao redor, observando a decoração austera, as prateleiras cheias de livros, e a grande mesa de madeira onde Asura provavelmente passa horas trabalhando. Caminho lentamente até a mesa, passando os dedos pela superfície polida, tentando sentir algum vestígio do que ele possa ter deixado ali.

Sento-me na cadeira dele, uma tentativa de entender melhor o que se passa na mente de Asura. Fecho os olhos por um momento, tentando imaginar como seria a vida ao lado dele.

**Scarlett** —Será que realmente posso ser feliz ao lado dele?— murmuro para mim mesma, minha voz ecoando levemente na sala vazia.

Pego uma caneta que está sobre a mesa e começo a girá-la entre os dedos, como uma maneira de aliviar a tensão que sinto. Penso em Vairon, na tristeza oculta em seus olhos, e me pergunto se consigo lidar com isso, se consigo ser uma boa figura materna para ele, uma verdadeira rainha ao lado de Asura.

**Scarlett** —Eu não quero ser uma substituta. Não quero que ele me veja como um enfeite ou uma obrigação— sussurro, sentindo um nó se formar na garganta.

Me levanto abruptamente, como se a própria cadeira estivesse me queimando, e começo a andar de um lado para o outro, meus pensamentos correndo em círculos.

**Scarlett** —Talvez eu devesse falar com Drenath novamente. Talvez o interesse que sinto por ele seja mais do que apenas uma atração passageira— digo, tentando me convencer, mas no fundo sei que estou apenas fugindo da verdadeira questão.

Olho para o retrato de Asura pendurado na parede, uma pintura que o captura com uma expressão séria e distante, exatamente como ele é. Sinto um arrepio percorrer minha espinha ao pensar em como ele pode ser frio e impassível, mesmo sabendo que ele já foi capaz de amar profundamente, mesmo que apenas por um breve momento.

**Scarlett** —Se ele ao menos me deixasse ver uma pequena parte desse antigo Asura...— digo em um suspiro, voltando a sentar na cadeira, desta vez com a cabeça apoiada nas mãos, tentando encontrar uma solução para o dilema em que me encontro.

Me levanto da cadeira mais uma vez, mas desta vez com uma sensação diferente. As dúvidas ainda existem, mas sinto uma determinação crescendo dentro de mim, uma aceitação silenciosa do que o futuro pode trazer.

**Scarlett** —Eu sempre soube que não seria fácil...— murmuro para mim mesma, olhando novamente para o retrato de Asura. —Mas talvez seja isso que eu preciso. Um desafio, uma vida que não seja simples ou previsível— concluo, sentindo um peso sendo levantado de meus ombros.

A imagem de Vairon surge em minha mente, seus olhos brilhantes, tão semelhantes aos do pai. O menino precisa de alguém que cuide dele, que o ame, e eu sinto que posso ser essa pessoa. Sinto que, ao lado de Asura, mesmo que ele não possa me amar como eu desejo, posso construir algo significativo.

**Scarlett** —Eu vou me casar com ele, se eu continuar confusa a situação apenas vai continuar a se complicar. Tenho certeza que se eu continuar sem decisão, Dantalion vai dizer para Asura casar novamente com outra nobre que depois do casamento logo engravidara, e talvez acabe matando Vayron para colocar outra criança na posição de herdeiro.

Tudo que Drenath pode me dar, Asura também pode, caso eu acabe não correspondendo aos sentimentos e expectativas, Asura não se machucara por não ter sentimentos, mas Drenath se afetaria, eu não quero machucar ele, é um demônio digno e no inferno existem poucos assim.

Mas será que eu me machucaria?

Meu Mestre, Meu ProblemaOnde histórias criam vida. Descubra agora