Meu Mestre, Meu Problema

Capítulo 69

Scarlett

A festa foi um sucesso. O salão estava decorado com flores roxas e luzes brilhantes, refletindo a beleza da aniversariante, Cristal. Ela tinha cabelos platinados com mechas roxas, pele pálida e olhos azuis meio violetas. A semelhança com Eliza era inegável.

Apesar da alegria da festa, a tensão pairava no ar. Eu sabia que, após os convidados partirem, Eliza teria que dar explicações para nossa família.

Depois da festa, nos reunimos na sala de estar da mansão de Eliza. Dagon estava sentado na poltrona central, com Mia ao seu lado, mantendo seu olhar sereno. Belial e Henri estavam em pé, claramente desconfortáveis com a situação.

— "Eliza," — comecei, tentando romper o silêncio. — "Estamos todos aqui. Acho que é hora de você nos explicar."

Eliza suspirou profundamente, evitando nossos olhares.

— "Eu sei que todos vocês estão surpresos, e talvez até chateados," — começou ela. — "Mas há uma razão para eu ter escondido a existência de Cristal."

— "Por que você fez isso, Eliza?" — perguntou Dagon, sua voz carregada de decepção. — "Nós somos sua família. Deveríamos ter estado lá para você."

Eliza olhou para o chão, seus olhos cheios de lágrimas.

— "Eu tive vergonha," — admitiu ela, a voz trêmula. — "Achei que vocês não iriam querer uma filha mãe solteira. Escondi a gravidez de todos, até mesmo do pai de Cristal."

— "Mas por quê?" — perguntou Henri, confuso. — "Quem é o pai?"

Eliza enxugou as lágrimas e respirou fundo.

— "O pai de Cristal é Dante," — revelou ela. — "Ele não é nada responsável, age como uma criança. Achei que seria melhor para Cristal não ter um pai como ele."

Houve um silêncio pesado na sala enquanto todos processavam a informação.

— "Eliza," — disse Dagon, sua voz firme mas triste. — "Estou decepcionado, mas não pelo fato de você ter se tornado mãe. Nós estaríamos aqui para te apoiar. Mas esconder a existência de uma criança do pai dela é inaceitável."

— "Eu sei que errei," — disse Eliza, soluçando. — "Achei que estava fazendo o melhor para Cristal. Mas agora quero consertar isso."

Dagon balançou a cabeça, visivelmente frustrado.

— "Já tive muitas decepções com Scarlett e agora com você, Eliza," — disse ele, sua voz carregada de tristeza. — "Nós somos uma família. Deveríamos enfrentar essas coisas juntos, não escondê-las."

— "querido" — interviu Mia, colocando a mão sobre o braço dele. — "Ela está aqui agora, disposta a consertar as coisas. Vamos dar uma chance a ela."

Belial e Henri ficaram em silêncio, claramente pasmos ao pensar que tinham uma sobrinha e nunca souberam.

— "Eliza," — disse Belial finalmente. — "Nós só queremos o melhor para você e para Cristal. Espero que consiga resolver isso com Dante."

Henri assentiu, concordando.

— "Estamos aqui para você," — acrescentou Henri. — "Mas precisamos de transparência. Não podemos ajudar se não soubermos o que está acontecendo."

Eliza assentiu, agradecida pelo apoio, mesmo que tardio.

— "Obrigada," — disse ela, sua voz ainda embargada. — "Eu vou consertar isso. Prometo."

A tensão na sala diminuiu um pouco, mas ainda havia uma longa estrada pela frente. A revelação de Eliza trouxe à tona a importância da comunicação e do apoio familiar. Eu, Scarlett, sabia que nossa família tinha suas falhas, mas estávamos dispostos a enfrentar as dificuldades juntos, como deveria ser.

— "Bem," — disse Dagon, levantando-se da poltrona. — "Vamos nos preparar para voltar à festa. Eliza, espero que você faça o que é certo."

Eliza assentiu, determinada a corrigir seus erros.