Capítulo 25

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Scarlett

Só pego uma das cesta de piquenique da minha mãe para levar o bolo para as pessoas que não vieram aqui.

Coloquei uma garrafa de champanhe também, pois posso querer beber. Não tenho nada planejado além de levar doces para essas pessoas amargas, eu sinceramente não consigo entender quem não gosta de doces, eu não posso comer por problemas de saúde, mas elas tem escolhas e não comem, se eu pudesse viveria comendo chocolate com morango, pudim...

Vou para o  jardim e encontro Lui treinando seus golpes sozinho, normalmente faz isso com as orientações do meu pai, mas como ele está ocupado com a minha mãe não tem mais tanto tempo para treina-lo.

—ei, você me ajudou a fazer o bolo e simplesmente desapareceu ontem, nem chegou a comer!— falo de forma séria, pois ele é basicamente da família.

Lui —eu não queria atrapalhar o momento familiar de vocês, além disso, não gosto de chocolate e nem de doces— diz normalmente sem prestar muita atenção em mim.

—nossa.... Sua vida deve ser realmente uma tristeza sem açúcar para alegrar ela— falo e  ele se vira para mim.

Lui —Scar, sei que você deve querer muito comer doces, mas eles não são saudáveis, fazem muito mal a saude— que papo chato, as vezes duvido que ele possa realmente ser um demônio.

—está começando a falar igual ao meu pai, deveria ficar longe dele, pois já basta um dele na minha vida— quando digo isso  vejo um sorriso se abrir em seus lábios.

Lui —ele quer apenas o melhor para você— eu sei disso, mas se mete demais na minha vida, deveria me deixar crescer e ser independente.

—não querendo ser ignorante, mas não está no meu lugar, não é super protegido, não tem hora para voltar para casa— digo batendo os pés no chão.

Lui —não tenho, mas ficaria feliz se tivesse, mesmo que fossem super protetores como seu pai é. Eu tenho certeza que não seria a mesma coisa se ele parece de ligar para você do nada.

—eu entendi, só quero que coma seu bolo, estava ótimo e não vou deixar você em paz enquanto não comer uma colher— digo de forma decidida e ele respira fundo.

Lui —tudo bem eu como— só entrego o bolo para ele e fico o observando.

Só fico feliz ao ver ele comer com uma colher, pois eu queria estar comendo no lugar dele

—viu, não foi tão difícil, ainda conseguiu me deixar feliz— digo abraçando suas costas, começo a rir quando vejo que engasgou.

Lui —se seu pai ver isso....

—ele não vai falar nada, pois se fizer minha mãe que ficará irritada com ele — digo e ele parece se tranquilizar.

Lui —pela cesta e pelas roupas vejo que vai sair, não esqueça de sempre manter a guarda alta e não confiar em ninguém— só concordo com a cabeça, pois ele sempre diz as mesmas coisas que meu pai.

—Até daqui a pouco— falo e logo uso meu poder para aparecer onde quero.

Olho para os lados, pois não sei bem em que parte do castelo estou, queria aparecer no castelo principal do inferno, dar um pedaço de bolo para o Asura, sinto que ele está super sobrecarregado, queria pelo menos aliviar um pouco as coisas, pois sentir ele assim me incomoda e me faz pensar naquela discussão que aconteceu na sala de jantar da minha casa.

Niram —está perdida?— tomo um susto ao ouvir a voz calma dela atrás de mim, olho para trás e a vejo com a postura educada e submissa de sempre.

—queria ver o Asura, se ele não estiver ocupado é claro— digo com um sorriso educado, pois mesmo ela sendo serviçal do rei Dantalion gosto muito dela.

Niram —não sei se é o melhor momento, pois estão acontecendo um problema na sala do trono...— fico meio preocupada ao ouvir isso, pois temo que Lion faça algo com Asura.

—não me diz que  Lion está descontando a raiva dele no Asura?— pergunto preocupada, mas ele apenas abre um sorriso tranquilo.

Niram —não tem nada a ver com o Asura dessa vez, claro que ele está dentro da sala ouvindo, mas a conversa não foi com ele, fique tranquila— se não é com ele com quem é?

—quem irritou o rei?— pergunto curiosa, pois normalmente poucas pessoas conseguem fazer isso, entre elas está meu pai, Aron, a rainha Sarah, os irmãos dele.

Niram —o suposto filho bastardo dele— o Aron está aqui?!

—susposto não, ele é sim filho do Lion— digo e seu olhar muda, está séria.

Niram —não consigo acreditar nisso, nenhum filho faz o que ele fez, não importa o que pudesse achar, se não tinha certeza ou provas não dá para justificar— seu tom de voz mostra o quanto está séria, o pior é que não posso discordar.

—o que exatamente o Aron veio fazer aqui?— pergunto, pois me preocupo.

Niram —tentar convencer o Lion a parar de caçar ele, talvez assumir ele como filho também, mas eu duvido muito que vai conseguir algo.

—mas o Aron é o futuro rei do inferno, ele é primogênito— digo, pois é assim que as regras funcionam.

Niram —Asura é o príncipe, herdeiro do trono, vi aquele garoto nascer e crescer com um fardo enorme em suas costas, com obrigações que o fazeram sofrer, mas ainda assim se mantém em pé e fazendo tudo por ser filho do Dantalion. Aron nunca vai merecer mais que ele, mesmo que seja filho de sangue do Dantalion— seu olhar mostra tantos sentimentos, provavelmente considera Asura como seu filho, pois o criou, trabalha nesse castelo a séculos cuidando de tudo.

—........— eu não posso discordar disso,  ele parece sofrer tanto com esse fardo que ele nem pediu para ter.

Niram —pode esperar na sala de estar que fica no lado da sala do trono, logo irão sair e poderá falar com ele— só concordo com a cabeça, meio desanimada e com vontade de sair, pois não quero que Lion ou Sarah me vejam aqui, eles não gostam de mim, da mesma forma que não gosto deles que tratam o filho como um simples objeto.

Meu Mestre, Meu ProblemaOnde histórias criam vida. Descubra agora