Scarlett
Apenas me sento na cadeira para comer o café da manhã junto com Diana, Arlan e Lui. Meus pais ainda não voltaram, mas isso já é normal por serem ocupados, vejo meus irmãos em cadeiras de alimentação separadas, pois eles tem costume de jogar comida um no outro o que dificulda um pouco as coisas para Diana que é babá deles.
—Arlan, posso te fazer uma pergunta?— digo enquanto separa minha salada com frango.
Arlan —pode sim— vejo ele pegar arroz, carne vermelha, batata e cenoura.
—aquele homem que veio aqui no outro dia, Orion, se não me engano, ele é mesmo diferente do Rusty?— só de lembrar daquele baile fico com uma enorme crise de ansiedade.
Arlan —ele é diferente sim, fica tranquila enquanto a isso, mas ele pode ser um pouco chato e insistente quando quer perturbar alguém, adora a família, para ele sempre está em primeiro lugar mesmo que não sejamos irmãos de sangue— ouvir isso com certeza me deixa mais tranquila.
—vocês são bons irmãos então imagino?— vejo que ele olha para mim por um tempo.
Arlan —não, ele é infantil, chato, brincalhão, irresponsável e acomodado demais— eu não esperava que ele fosse humilhar o irmão com uma frase só.
—entendi, acha que foi normal a insistência dele em ser convidado para entrar em minha casa?— pergunto, pois para ser sincera foi muito estranho.
Arlan —para mim qualquer insistência que venha dele é normal, talvez quisesse apenas conhecer a "sobrinha", mas não se deve duvidar de nada, pois somos demônios e tudo mundo sabe como a maioria age.
Diana —que tal começarmos a comer, conversar durante o almoço não é nada saudável e tira o apetite ainda por cima— nisso ela tem razão, já não tenho muita fome, se eu demorar a comer aí que não como nada mesmo.
(...)Apenas limpo minha boca por ter acabado de comer.
Fico olhando para Lui que está distraído ultimamente, está muito distante, as vezes eu esqueço até da existência dele quando estou a conversar de tão quieto que fica.
—Lui, o que fez ontem?— pergunto e ele quase engasga, acho que o peguei de surpresa.
Lui —nada de mais, estava estudando e pesquisando só isso— pesquisando e estudando? Desde quando ele começou a fazer isso? Não que ele não possa, mas nunca se interessou por algo que precisasse de estudo ou pesquisa.
—entendi, vai estar ocupado hoje?— pergunto me levantando da mesa.
Lui —na verdade sim, mas podemos sair para beber quando eu terminar se estiver livre— diz abrindo um sorriso o que me tranquiliza um pouco, pois já não estava o reconhecendo mais de tão estranho que tava.
—claro, provavelmente eu vou estar já que não tenho nada para fazer aqui, não posso sair e nem ir para outros mundos— digo e Arlan para de comer por alguns segundos, acho que notou o que estou tentando dizer.
Arlan —culpe seu pai por isso, Scar, sabe que não tenho nada contra deixar você viver, mas meu irmão vai demorar a entender que tem que deixar você se arriscar as vezes— ele realmente parece me entender o que me faz querer ainda mais o que não posso ter, mas tenho que me controlar enquanto a isso, meu pai jamais me perdoaria.
(...)Apenas faço algumas aulas de música antes de sair da sala de instrumentos, eu gosto de tocar piano, violino, arpa e flauta, além de cantar é claro.
Acho que é normal sentir medo e ansiedade sobre o meu futuro, já que minha mãe prefere não me dizer para não me basear no que ainda não aconteceu, mas acho isso tão injusto, só quero saber se serei feliz, se conseguirei me tornar uma boa rainha do meu nível infernal.
A vida poderia ser mais fácil para dizer a verdade, pensando agora, minha mãe não quer me dizer o meu futuro, mas tem outra pessoa que pode e ele está nessa casa nesse momento.
Apenas vou para o jardim, pois ele deve estar treinando movimentos de esgrima.
Caminho até lá o procurando com o olhar, demora um pouco até encontrá-lo perto do lago de carpas, sem blusa e segurando uma espada de ferro grande e pesada, me aproximo dele e fico a pensar se devo interromper seu treino, posso esperar e ficar olhando para seu corpo, não seria nenhum sacrifício ruim, sabe..
Arlan —sei o que quer aqui, Scar, e a resposta é não, nada de tentar ver seu futuro, além de ser muito difícil para mim ver futuros distantes, sua mãe e seu pai me proibiram também— só bato meu pé no chão para dissipar um pouco a raiva momentânea ao ouvir isso.
—entendi, mas eles não precisaria saber disso, ficaria só entre nós dois— digo olhando dentro dos olhos dele o que o faz respirar fundo.
Arlan —Scarlett, quando eu digo não, é não e ponto final— apenas olho para o chão tentando não odiar ele por isso, pois seria infantil e ele já me ajudou demais.
—certo, entendi— mas eu vou procurar saber nem que eu tenha que procurar outra pessoa que possa fazer isso por mim.
Arlan —antes de ir, posso de fazer uma pergunta?— depois de recusar me ajudar ainda quer me perguntar algo?
—claro que pode— pergunto forçando um sorriso educado, pois por dentro estou meio magoada.
Arlan —você se previne não é?— fico meio sem saber o que exatamente pensar com sua pergunta, está querendo saber se tomo algum anticoncepcional? É isso?
—por que? Está interessado em mim, pois essa pergunta parece ter um duplo sentido— o olhar dele não tem malícia, mas parece curioso com outra coisa.
Arlan —vou de responder sobre o porquê quero saber, depois que me responder— que pergunta estranha.
—sim, tomo injeção sempre no tempo certo— que serve para além de impedir uma concepção, regular meus hormônios.
Arlan —fico mais tranquilo ao saber disso, nada de aprontar mais enquanto eu estiver aqui, se você acabar engravidando enquanto tomo conta do castelo seu pai me mata sem nem antes querer saber de algo— ele viu que vou dormir com alguém.
—legal, então se eu não engravidar está de boa? Ótimo ouvir isso— digo me virando para sair.
Arlan —sabe que não foi isso que eu quis dizer né?— na verdade foi exatamente isso.
—tchau Arlan— digo voltando para o castelo sem olhar para trás.
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Meu Mestre, Meu Problema
RomanceScarlett Meu nome é Scarlett, sou uma demônia meio raposa, sou filha do demônio mais forte do inferno, mas ele é somente considerado o guardião do lugar, minha mãe me abandonou quando nasci, mas não quer dizer que não tenho uma referência materna, m...