Prolongo: parte um.

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Gabriel O'Hara Williams.

18 anos, cinco anos antes.

Eu solucei de joelhos no chão, segurando a mão de Rachel.

Chorei por todas as vezes que eu quis chorar ao decorrer desses últimos dois meses. Chorei por tudo; por minha mãe, por Eduardo, pelo meu pai, pelo sangue O'Hara... Eu chorei, porque eu precisava extravasar, porque eu queria sofrer e me fazer pagar por não te-la salvado.

Eu não havia salvado Rachel, eu não havia salvado minha mãe. Eu queria, com todas as minhas forças, gritar e aplacar a dor que eu estava sentindo. A minha estrelinha estava morta, eu estava morto. Ela havia sido pega quando eu prometi a ela que sempre cuidaria dela.

O para sempre nem sempre dura tanto assim.

Levantei a cabeça lentamente, sentindo as lágrimas descerem em meu rosto, sentido no sentido literal meu coração se despedaçar.

Senti como se estivessem me apunhalando pelas costas, pelo coração, como se estivessem puxando meu coração para fora, enquanto me davam um soco no estômago.

Rachel estava morta.

Minha estrelinha estava morta.

Eu não podia acreditar naquilo, eu não conseguia ou queria. Eu queria morrer, eu estava morto.

- eu te amo, Rachel - falei quando ela estava deitada no meu peito, olhando junto a mim o lado de fora.

- eu também te amo, Gabriel.

Ela estava morta, por minha causa. Por causa de Denis, por causa de Luiz e por causa de todos os filhos da puta que encostaram nela.

Levantei a cabeça olhando através da janela que a poucas horas eu estava olhando junto a ela, tentando eternizar aquele momento. A mesma janela que eu senti sua cabeça exatamente no meu coração escutando as batidas e quando comemos pastéis doces que ela tanto amava.

Estava na hora de cumprir minha promessa.

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