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Acordei.

Acordei.

Acordei.

Estava escuro, o cheiro de mofo estava presente. Meus movimentos estavam lentos. Eu estava sentindo cheiro de mofo.

Eu estava sentindo o cheiro de mofo.

Acordei.

Eu estou acordada.

Olhei para a escuridão, passando a mão na cama. Meu braço esquerdo estava pouco pesado, mas eu estava consciente.

Eu estou acordada.

Levantei devagar, me sentindo tonta, olhei para o lado e vi uma coisa se movendo na penumbra. Meu coração acelerou ao ver que era meu pai, com o cinto em mãos.

- você achou que iria agir daquela forma e não ser castigada por isso, Margort?

Acordei assustada, sentido meu peito subir e descer energeticamente. Olhei para o lado, vendo a janela tentando me situar, percebendo em seguida que estava na casa do meu tio.

Um copo com água e um canudo estava sob a mesinha de centro que havia do lado da cama, e eu não exitei em estender a mão para pegar o copo.

Me senti tonta, minha cabeça girou e minha visão escureceu. Meu braço ficou dormente e dolorido, a dor na costela intensificou e eu não tive tempo de me inclinar mais para frente, evitando que o copo caísse.

Fechei os olhos com força, tentando controlar a dor que estava sentindo. Flashs de memórias do que aconteceu veio em minha cabeça com força, me fazendo temer os próximos acontecimentos. O sonho - pesadelo - também veio. Me fazendo encolher na cama.

Eu estava acordada.

Eu estava acordada.

Virei para a porta quando escutei a mesma se abrindo, vendo um Ruben com uma calça cáqui e uma blusa preta por cima. O mesmo sorriu para mim, se aproximando.

- oh - olhou para o chão com pesar - vou pedir para que limpem isso aqui. Você está melhor? - perguntou, olhando para mim com cautela, fazendo com que eu não conseguisse suprir o soluço que veio.

FragalhosOnde histórias criam vida. Descubra agora