⁸⁸

174 15 0
                                    


Andei em passos lentos em direção a Eva Margort, quando senti meu corpo ser impactado para frente, mas não antes de ouvir um disparo.

Eu amava Eva Margort, e queria dizer a ela uma última vez.

Talvez, eu estivesse lembrando de Rachel e não queira cometer o mesmo erro.

Eva Margort.

Eu corria enquanto chorava para dentro daquele hospital, chorava a ponto de sentir meu peito doer.

Gabriel havia sido atingido.

Gabriel havia caído no chão, do lado de Jones Moraes.

Gabriel sorriu para mim e disse que me amava, antes de perder a consciência.

O homem que atirou em Gabriel morreu na mesma hora, quando David apareceu por trás.

Eu não tinha ninguém.

Fechei os olhos tentando controlar a minha situação, tentando a todo custo parar de chorar e dizer para mim mesma que ele iria ficar bem, mesmo que ele já estivesse a duas horas na cirurgia.

Ouvi David falando com alguém no celular, e por estar falando em espanhol, com um forte sotaque, percebi ser minha sogra.

—No sé qué pasó, señorita O'Hara.

Eu não sei o que aconteceu, senhorita O'Hara.

Saí dali, andando em passos vacilantes enquanto olhava para o chão, com os olhos turvos.

Gabriel pode morrer, por minha causa.

Gabriel havia tomado um tiro, que atravessou sua artéria.

Eu fechei os olhos com força, puxando meus cabelos na mesma intensidade. Enquanto sentia meu mundo ruir.

Eu não pude dizer a Gabriel que também o amava.

› › ›

Cinco horas se passaram, e nada de notícias. Quando a médica apareceu nos olhando com um leve vislumbre de felicidade, eu senti meu coração falhar uma batida.

Pela quinta vez naquele dia.

— ele está na UTI em observação — a loira disse, nos olhando com uma felicidade que eu não consegui sentir  — ele não está fora de perigo, porém, está apresentando sérias melhoras. — eu sorri quando escutei aquilo, mas a dor no meu coração continuou.

FragalhosOnde histórias criam vida. Descubra agora