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— você está bonita — elogiou, me guiando para a direita — e cheirosa também.

— obrigada — falei, o encarando também. Os olhos negros se estreitaram meramente para mim, e ele demonstrou um sorriso sarcástico.

— não precisa ficar tensa ou com medo de mim, Collins. Eu não vou te machucar e meu ódio e raiva será destinados a meus inimigos; e você não é minha inimiga, é? — antes que eu pudesse raciocinar e pensar, ele se inclinou junto a mim, fazendo com que meus cabelos batessem no chão, me puxando em seguida — não é, Eva Margot?

— não — falei, me sentindo subitamente ansiosa. Eu não iria fazer aquilo, mas porque fiquei com medo? — não irei, O'Hara.

— ótimo — disse, me puxando para si — como descobriu do noivado? — o sotaque dele era lindo, tão lindo que eu quase esqueci de responder.

— eu... — desviei o olhar, com medo. Eu sabia que não poderia contar ele a verdade: que eu estava sentada atrás do Notebook do meu tio assistindo tudo enquanto batia os pés no carpete e avaliava os prós e contras — meu tio me contou.

— você está mentindo — Gabriel apertou minha cintura — por que está mentindo, Eva Margot?

— eu não estou mentindo — falei, sentindo meu rosto ficar vermelho — não estou.

— então tá — respondeu. — irei ficar no aguardo, até que você decida dizer a verdade. Em algum momento, irá. — foi tudo o que disse, antes de me soltar e ir para o lado oposto do salão.

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No dia seguinte, estávamos só com os familiares juntos a mesa e os investidores. Gabriel me encarava com sacasmo e um sorriso brincalhão, e eu tentava de todas as formas não me sentir desconfortável.

— então, Gabriel — minha mãe falou, fazendo com que eu tirasse os olhos do prato — o que você faz?

— sou um mero empreendedor e investidor — disse, dando de ombros.

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