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— você me deve cem mil pesos Mexicanos, meli e Gabriel. — Eduardo disse, assim que colocou os pés na mansão Williams, duas semanas depois.

— tá velho gostoso, qualquer coisa por você, só... — ela parou de andar, fazendo com que o cabelo cheio e cacheado ficasse a mostra para nós que estávamos atrás dela. — não me deixe.

Silêncio.

— não vou, meli — ele falou, enquanto se segurava em uma bengala — não vou.

— caramba — comecei, tentando fazer graça — você nem parece que tem quarenta e dois, Melanie. E você, Eduardo? Sessenta e sete anos e nada de morrer, que merda hein. — nós três rimos e eu não pude deixar de aproveitar aquele momento.

Apenas nós três, como foi boa parte da minha vida.

Eduardo havia passado mais de duas semanas no hospital, o mesmo passou por três cirurgias sérias e devido a sua idade avançada, — mesmo ele tendo uma ótima saúde — precisaria seguir uma lista de recomendações, as quais eu sei que vou ter dor de cabeça.

— irie convocar meus advogados para cobrar meu dinheiro — disse, olhando para mim e minha mãe riu, se virando finalmente.

— a sua advogada sou eu, duardo — meu vô franziu os lábios, pensando.

— a Assis Abogacía's  tá aí pra isso — disse dando de ombros. — eu te amo, Meli — eu fechei os olhos com força, sentindo meu coração esquentar de amor.

Eu odiava aqueles momentos, porque era neles que eu pensava quando as coisas ruins aconteciam, o que torna a tortura pior. Mas amava mais que odiava, e era isso.

Minha mãe se aproximou de Eduardo, o abraçando firmemente antes de susurar ainda no abraço o quanto o amava, o que me fez dar um passo para trás e derramar umas poucas lágrimas de felicidade.

De fato, eu amava minha família e como a cinco anos atrás, não mudei de opinião:

Se minha mãe ou Eduardo caísse, o outro iria cair também, e essa queda seria fatal.

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