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— não, senhor Moraes — falei dando um passo para frente, não me deixando ser intimidada por ele — eu não compreendo e acho que nunca vou compreender o fato de um homem que tem idade para ser meu pai — apontei para o peito dele — querer se casar comigo. E muito menos, a quanto tempo isso vem acontecendo. Eu espero sinceramente que essa vontade venha desde que fiz dezoito anos, Morares. Com todas as minhas forças, eu espero que sim — uma pausa — porque eu sinceramente não quero imaginar o fato de você querer se casar com uma mulher que tem a idade do seu filho. E quanto tempo você deseja ela, já que eu tinha a idade do seu filho — disse saindo dali, com o coração acelerado.

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— porra, Margort. Você não deveria ter feito aquilo! — meu pai gritou, quando estávamos a sós no seu escritório.

— oh — coloquei a mão no peito, me sentindo ofendida — me desculpe, papai. Mas acho que devíamos ter franqueza na nossa relação e eu fui franca com ele. — falei simples, passando a mão no vestido marrom rodado em meu corpo.

— saia daqui — levantei a cabeça, vendo que ele olhava para o lado de fora, apertando os punhos — saia da porra da minha frente antes que eu enfie a mão na sua cara, Margort Collins. — levantei olhando para ele, pasma demais para dizer qualquer coisa.

Eu saí dali, batendo a porta do meu quarto com força, não me importando com as consequências daquele ato.

A verdade é que eu estava com medo daquilo. Com medo de me casar com aquele homem sanguinário e frio.  Ambicioso, grosso e egoísta. Porque eu sabia, que ao contrário do meu pai, ele não iria ser um bom esposo.

Meu pai não pensaria duas vezes em quase dar metade do império para salvar minha mãe. E diferente de Moraes, ele moveria o mundo inteiro para salvar minha mãe caso algo acontecesse. Ele não iria pensar no dinheiro ou no que aquilo iria causar no seu ego inabalável, não, não iria.

Aquilo doeu, muito.

FragalhosOnde histórias criam vida. Descubra agora