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— o que aconteceu? — a mulher que usava uma calça preta acompanhado de um longo casaco cinza escuro me perguntou, pela quinta vez.

Mas eu não conseguia dizer nada.

— o que aconteceu, Eva Margort? — ela estava perdendo a paciência, eu sabia. — ok — disse, dando as costas.

Três passos foram dados, até que ela se virou apontando uma arma para mim.

— não duvide — ela falou, e eu olhei ao redor procurando por Eduardo. Eu não duvidava — ok, vamos lá — ela destravou a arma, me olhando com determinação e eu fechei os olhos quando senti o tiro passar de raspão em meu ombro.

Estávamos na cantina do hospital.

Abri os olhos, sentindo meu ombro dormente, e com uma dor alucinante ao mesmo tempo. Crescente, que me fez dar um passo para trás, mordendo os lábios.

— o próximo vai ser em sua perna, Collins. Eu não iria hesitar — ela estava falando sério, muito sério. O que me fez ter medo do que eu iria fazer — um, dois...

— ele — abri a pouca, com medo do que poderia acontecer. O sangue descendo do casaco pesado que eu estava usando já era o suficiente, junto a dor física e emocional para falar. — ele tomou um tiro enquanto vinha em minha direção — minha voz saiu baixa, e Melanie deixou a arma cair, me olhando com vulnerabilidade.

— eu lutei para ter ele — ela falou, limpando uma lágrima que caiu dos seus olhos negros — eu lutei. Eu havia acabado de ser abusada, pouco tempo depois, quando descobri. E eu juro por minha honra que não irei deixar que uma mulher me tire ele — a voz estava embargada, e eu guardei aquelas palavras no meu coração — você não me engana, Eva Margort.

Terminou, dando as costas dali.

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