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Eu passei sete minutos no banheiro, soluçando forte, forçando na verdade. Para tudo de ruim e doloroso saísse de mim. Eu não me importei em chorar com força contra a toalha, ou de respirar forte como se fosse morrer; não. Eu não me importei.

Desci as escadas olhando para baixo, fingindo que ajeitava meu vestido longo, para que não fosse cair. Mas não era verdade, eu olhava para baixo para ter certeza de que não iria chorar. Quando eu cheguei no fim da escada e levantei a cabeça, vendo meu tio estender a mão para mim, eu sorri para ele. O sorriso de agradecimento mais grato que eu poderia mostrar.

Os cabelos ruivos amarronzados estavam soltos para trás, pouco bagunçado. A barba por fazer estava linda e a pele queimada deixava ele ainda mais bonito naquela blusa azul cor do céu quando está prestes a escurecer. Aquele azul perto de estar escuro e enquanto eu pegava a mão dele, me perguntei novamente o porquê do meu pai não ser igual a ele.

— vamos — ele disse quando eu desci, ainda segurando minha mão — quero que você beba algo e saia desse estupor. O que quer que esteja te deixando triste, vai passar, assim que eu te der essa belezura aqui... — ele fez um sinal para um garçom, fazendo com que o mesmo olhasse sob o ombro do meu tio e fizesse um gesto afirmativo.

Em menos de um minuto; eu estava com uma bebida azulada com um morango por cima, sorrindo para o homem em minha frente.

— não me agradeça — disse, quando eu abri a pouca para falar — não agora. Não enquanto você ainda está triste, ok? — confirmei com a cabeça, colocando o canudo de metal na boca — ótimo. Agora eu vou comprimentar aquele povo chato e ser o braço direito de Robert Collins. — ele disse bufando, dando as coisas em seguida.

Eu não podia negar, eu amava meu tio.

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