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— obrigada. — meu pai falou satisfeito.

— querida, não acha que está muito pálida? — minha mãe perguntou, se pronunciando depois de minutos. —poderia tomar mais sol.

— é claro que ela está pálida — meu tio se meteu, e eu o encarei o seriedade.

Eu amava meu tio muito, o suficiente para dizer que conto com ele para ser meu amigo. Mas odiava o fato dele falar demais e acabar contando alguma coisa que veio a acontecer comigo e eu falei para ele. Nas últimas semanas não nos falamos muito, por causa dos problemas com a Espanha e México. Mas ele sabia como ninguém o que eu passava e quando eu estava desabando.

— afinal — continuou — não acho que ela vá ter muita vontade de ficar queimada de sol ou na cor adequada para satisfazer um homem que tem a porra da idade para ser pai dela. — meu tio expressou, perdendo a paciência e me fazendo temer os acontecimentos que aconteceria depois dele sair de casa.

— não xingue na frente da minha esposa, Ruben — meu pai esbravejou, se levantando com brusquidão. — você não deve se meter na educação de Margort e muito menos questionar tais. Se você não teve ou quer ter um filho/família, a culpa não é minha. — uma pausa — cuide da sua vida. Dos seus assuntos.

— é claro — meu tio falou, com um sorriso sério — eu? Me casar? E ter uma família que nem essa? Me perdoe irmão, mas eu estou feliz em estar na minha posição — foi tudo o que ele disse, se levantando da mesa e saindo dali.

O silêncio era mortal, e eu senti meu coração soltar do peito e a vontade avassaladora de chorar quando vi minha mãe se levantar também, me deixando sozinha com meu pai.

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