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— eu vou gostar? — perguntei com a voz rouca — eu vou gostar, mãe? — olhei para a janela do quarto, percebendo que a mesma dava para a piscina e saída da casa do meu tio. Ali, eu vi que ele havia me posto no quarto que somente eu posso usar, já que eu gostei daquele e ele disse que ninguém mais usaria o local sem meu consentimento.

— sim, Margot. É questão de tempo... — olhei para ele com dor. Eu podia sentir algo ceder no meu coração no mesmo momento em que ela falou aquilo.

— eu vou gostar? De ser estuprada, agredida, e ser maltratada? — perguntei, levantando da cama e me sentindo tonta. Mas aquilo não importava — eu vou gostar de ter a porra de um homem que tem quase a idade do meu pai, encima de mim, a pró de uma paz que nem vai vim? O homem que eu nunca desejei e não sei quase nada? É isso? — meu peito subia e descia, eu não acreditava naquilo que ela estava falando.

Minha mãe ficou parada, com a postura firme me olhando como se eu fosse louca.

— mais que porra passa na cabeça de vocês? — perguntei, colocando uma mexa do cabelo liso atrás da orelha — MAIS QUE CARALHO PASSA NA CABEÇA DE VOCÊS? — eu não me importava com os xingamentos ou com as consequências. Não ali e agora.

— Eva Margot Collins, abaixe seu tom para falar comigo — minha mãe disse, se pondo de pé e eu sorri para ela. Era um sorriso triste e incrédulo, eu estava me sentindo cansada e quebrada.

— você está se importando mais com o fato de eu estar xingando tentando me defender, do que com o fato de que daqui a menos de três meses, eu vou ter um homem cruel como meu esposo? — um passo para trás, eu estava muito afetada demais para parar de falar — mais que merda de pessoa é você, cara?

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