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— empreedor? — minha mãe arqueou uma sombrancelha, por que ela estava fazendo aquilo?

— sua esposa não sabe do seu trabalho, Collins? — Melanie perguntou suprimindo uma risada, Eduardo colocou o guardanapo na boca fazendo o mesmo.

— eu trabalho com drogas, financias, armas de pequeno porte, bordéis e também com casas noturnas. Porém, o penúltimo está sendo encerrado. — uma pausa, ele franziu as sobrancelhas — ah, e eu também sou astrónomo. E pelo amor de Deus, não ache que é coisa de signo, seria uma ofensa a minha profissão.

— encerrou os bordéis por causa de sua noiva, Williams? — olhei para Jones pouco pasma. Eu havia esquecido totalmente da sua presença ali.

— não. — foi tudo o que Gabriel disse, secamente.

O clima ficou pesado.

— e então, Melanie — minha mãe indagou de novo — por que eu deveria dar a mão da minha filha ao seu filho?

— você já deu, senhorita Collins — disse, a encarando sorrindo sem mostrar os dentes — ou seu esposo, não sei como funciona o casamento de vocês. E respondendo a sua pergunta, avalie o status de relacionamento dela a duas semanas atrás e terá a resposta.

Minha mãe ficou calada, junto a toda a mesa. Eu sabia que minha mãe estava alfinetando Melanie a um tempo, devido a maneira que meu pai trata ela e sabia que Melanie sabia.

— Eva Margot — meu noivo me chamou, atraindo atenção para ele e depois para mim — espero que esteja ciente de que vamos passar a noite de núpcias no México e que logo iremos para a Rússia.

— mas e os lençóis? — minha mãe indagou. Meu pai a encarou em concordância, meu tio ficou tenso e Gabriel mordeu os lábios.

— bem, eu sinceramente não espero pegar o jatinho praticamente de madrugada. Iremos dormir aqui e ficar para o café da manhã.

Eu estava desconfortável e vermelha, eu sabia.

FragalhosOnde histórias criam vida. Descubra agora