⁴²

169 16 0
                                    

— eu não vou perder a ninfeta que eu esperei por anos para ter na cama para um moleque que ainda é apaixonado pela noiva morta prostituta. Eu não vou perder a porra da oportunidade de te comer por causa de um moleque que nem sabe o que está fazendo — eu estava em um estupor grande, não conseguia falar ou fazer nada.

Eu apenas esperei.

Fiquei quieta.

A mão de Moraes percorreu pelo vestido pouco apertado, fazendo com que eu voltasse a vida. Me debatendo contra seu toque, eu sentia vontade de chorar.

— fique quieta — ele apertou meu peito, depois de conseguir abrir meu vestido, fazendo com que eu respirasse com força.

Quando ele me jogou no sofá que havia ali, eu vi cerca de três homens ao redor. Os mesmos intercalavam o olhar entre nós e o lado de fora.

Eu sentia meu coração bater com força, minha cabeça parecia que iria explodir e meu corpo todo dava espasmos de medo.

— não — susurrei, quando ele tirou a mão da minha boca, olhando para os seguranças dele — por favor, me ajuda... — eu não consegui gritar, me debater ou qualquer outra coisa.

Não, eu não consegui.

Não mais.

Fechei os olhos firmemente, a medida que sentia sua mão percorrer até meu vestido e levantar o mesmo. Eu mordi os lábios com força, quando eu soube com certeza o que iria acontecer.

Eu lutei por anos para que isso não acontecesse comigo, porque eu sabia que um estrupo doeria mais que qualquer outra coisa. Talvez porque quando acaba, você está teoricamente livre, mas sente seu corpo usado. Ou porque você sente que seu corpo não pertence a si, que você é suja. Talvez seja os toques que volte a tona, ou as vozes.

Eu não sabia, porque nunca passei por aquilo. Mas eu poderia imaginar e reprimia aquilo de todas as formas.

Agora eu estava ali, vulnerável e com meu pesadelo prestes a acontecer.

FragalhosOnde histórias criam vida. Descubra agora