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Entrei no quarto, passando as mãos no cabelo molhado com urgência, procurando um meio de sair daquela surra que se seguiria.

Olhei para a porta mordendo os lábios, pensando se valeria a pena ir encontrar minha mãe, mas logo desisti. A mansão era grande e mesmo que eu achasse ela, não iria dar em nada.

A porta se abriu no mesmo momento em que eu estava prestes a me virar, um Robert com vestindo uma camisa polo apareceu acompanhado de um cinto de couro.

— eu... — puxei o ar com força. Eu não acreditava que estava acontecendo aquilo, fazia dois meses que eu não apanhava, dois meses sem marcas e sem ter que usar roupas maiores. Dois meses que foram jogados fora em dois minutos — eu não vou mais fazer nada pai, eu prometo. Eu... — olhei ao redor — eu te ajudo com a Espanha e México. No que o senhor precisar, e te ajudo com as outras coisas também. — eu estava com medo, muito medo. E não tinha vergonha de demostrar isso.

— é claro que você vai, Eva — ele disse se aproximando devagar, me fazendo recuar alguns passos — você tem vinte e dois anos, e vai cumprir a porra do seu compromisso em se casar com Jones Moraes. Mas enquanto isso, vai aprender a não ser desaforada.

A primeira cintada foi em minha perna e eu pulei, me amaldiçoando por estar usando um vestido. Segurei a mão do meu pai com força, tentando impedir os próximos golpes.

— Eva Margort Collins, me largue agora! — o sotaque italiano veio com força na voz do meu pai, o que me fez perceber o quão irado ele estava. Senti meu cabelo ser puxado com força me fazendo soltar o braço do meu pai, perder o equilíbrio e cair no chão.

Uma.

Duas.

Três.

Quatro.

Cinco... Perdi a conta.

Minha cabeça foi batida no chão com força.

— isso é para você aprender a não ter uma língua tão afiada.

FragalhosOnde histórias criam vida. Descubra agora