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— como funciona o lance dos idiomas? — perguntei a Gabriel, que havia acabado de sair do escritório, após acabar uma reunião.

Ele sorriu para mim, antes de beber a vitamina de morango com frutas vermelhas que faço.

— eu falo russo aqui, com David e os outros — uma pausa, ele pareceu pensar — espanhol quando falo com minha mãe e Eduardo, quando estou em reunião também; dependendo do caso. Tipo, se eu marquei a reunião, eu falo em espanhol ou russo, se a pessoa souber. Se a pessoa marcou, aí eu falo no idioma dela — caso eu saiba falar — ou em inglês. Mas geralmente, bem geralmente mesmo, falamos inglês. — a explicação foi rápida e pensativa, e eu sorri ao ouvir ele falando aquilo.

— legal — disse, enquanto olhava para a porta de vidro que dava visão para o lado de fora. O gramado estava um pouco branco devido a neve que caia, me fazendo supirar — obrigada pela conta. Realmente, não precisava.

— é o mínimo que eu poderia fazer depois daquilo — disse, dando de ombros — mas veja pelo lado bom: agora você pode comprar roupas que se adeque a Rússia. — uma pausa, o clima estava leve quando ele olhou para o lado de fora, impossibilitando que eu, que estava atrás dele, visse seu rosto — me perdoe.

Ele pediu, provavelmente pela quinta vez na semana. Gabriel havia demorado para ter contato comigo. O mesmo mal passava tempo em casa e quando estava, ficava no escritório. Quando ele me pediu perdão, três semanas haviam se passado.

— está tudo bem — disse dando de ombros, sorrindo. Mesmo que ele não podesse ver — erros são cometidos, e está tudo bem. — falei, enquanto lavava o copo que havia acabado de beber a vitamina.

Eu esperava sinceramente que ele entendesse, quando eu cometesse o meu.

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