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Eu acordei em uma cama. A dor de cabeça estava persistente ainda, o medo e frio na barriga agora eram os que mais estavam me incomodando junto a dor na costela. Coloquei a mão na garganta, devido a mesma estar seca.

— você acordou — minha mãe falou, entrando no quarto com um copo de água — beba querida, vai te fazer melhor. — olhei para o copo por um tempo, não resistindo a vontade e bebendo o líquido de uma vez.

— mãe — chamei, depois de colocar o copo em uma mesinha de centro — eu não quero me casar com ele mãe... — falei em um susurro. Eu sabia que se ela falasse com meu pai, mesmo que ele oferecesse alguma resistência, ele iria acabar cedendo. Mas ela nunca faria isso por mim — por favor mãe... Eu não quero que ele... Que ele... — olhei ao redor, sentindo minha barriga revirar. — que ele... Eu não quero que ele toque em mim, mãe.

Um soluço saiu de mim, forte e pesado. E eu senti meu corpo ser jogado para frente pelos seguintes.

Eu não queria que ele me batesse, que ele tocasse em mim ou cometesse  algum abuso. Não era pela aparência dele, nunca foi, ele é realmente um homem bonito. Mas eu sabia, eu tenho certeza de que ele iria me machucar.

— oh Eva... — minha mãe pronunciou meu nome com doçura e pena, alisando meus cabelos marrons. O oposto dos dela, que eram negros — eu não posso fazer nada. Vai ser bom, você vai ver... É só questão de... — eu levantei a cabeça olhando para ela. Sentia as lágrimas misturada com a maquiagem que passei para esconder as orelhas e todas as imperfeições caírem.

Escutando aquilo de minha mãe, eu me senti totalmente desestabilizada.

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