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Já fazia mais de duas semanas que aconteceu tudo aquilo, e eu me sentia devastado.

Eu não deveria ter feito aquilo.

E não, eu não iriei colocar a culpa na bebida e na droga, porque tinha consciência do que estava fazendo e não me importei com as coisas que fiz.

Não até chegar o dia seguinte.

—Hola mamá, buenos días. Abuela Duardo. — comprimentei, sentindo minha garganta arranhar.

Oi mãe, bom dia. Vó duado.

— eu espero que você tenha um bom motivo para me ligar 02:34 da madrugada, Gabriel. Eu já tive essa fase com Melanie e não quero ter de novo. — Eduardo falou mal humorado e minha mãe levantou a cabeça olhando para ele. — o que? Eu te amo, mas naquele dia que você me ligou enquanto eu dormia, foi foda.

oi, Gabriel — ela falou finalmente. Eu sabia que eles não estavam dormindo, mas mesmo assim, me senti culpado.

— Eu sinto muito — disse por fim, com a cabeça baixa — eu realmente sinto muito por isso. Eu não posso dizer que não queria ou que estava drogado, estava em sã consciência e sinto muito por ter falado aquelas coisas para a senhora — uma pausa, eu engoli seco, olhando sob a janela que havia ali — me perdoe.

tudo bem, Biel — minha mãe disse, enquanto sorria brevemente para mim — acontece. Eu só fiquei um pouco assustada e...

— um pouco nada, Melanie. Você ficou assustada o suficiente para ter uma crise. Não passe a mão na cabeça de Gabriel, ele tem que saber a consequência dos seus atos e da próxima vez que ele fizer isso, eu vou enfiar uma bala na cabeça dele — Eduardo terminou, saindo de trás da minha mãe e batendo a porta.

Eu me senti a pior pessoa de toda a Espanha e Rússia.

E eu era, de fato.

tá tudo bem, ok? Eu te amo. Tenho que ir agora. — quando ela estava indo desligar a chamada, parou — você não é igual a seu pai, nunca irá ser.

Doeu, doeu muito.

Mas essa dor era o castigo necessário para mim.

FragalhosOnde histórias criam vida. Descubra agora