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— largue ela — foi tudo o que eu escutei, quando estava sentindo os dedos de Moraes entrar na minha calcinha, sem penetrar.

Senti as mãos dele saírem devagar de dentro de mim, e eu não abri os olhos, não até sentir sua presença distante.

Meu rosto estava molhado quando abri meus olhos, vendo a imagem de Gabriel com uma arma em mãos, apontando para Jones.

— você não vai fazer nada, moleque. Quem você acha que é para apontar uma arma para Jones Moraes? Abaixe essa porra agora que eu controlo a porra de uma cidade e posso te fazer sumir em um piscar de olhos — a voz de Moraes era dura, como a de um pai corrigindo seu filho com dureza.

— você é dono de uma cidade, e eu de um país inteiro. Você quer mesmo medir isso? — perguntou o encarando com desinteresse.

Em nenhum momento seus olhos foram parar em minha direção.

— vou te avisar uma coisa, Moraes. — Gabriel o olhava com a expressão neutra, a voz era sempre controlada e a arma no ar não tremia — fique longe da minha noiva. Para o seu bem. Porque se você encostar em Eva Margort novamente, eu vou mandar esse acordo para puta que pariu e passar horas te torturando — uma pausa — saia daqui.

Moraes saiu dali, de cabeça erguida, mas não antes de me lançar um último olhar.

Quando Gabriel se aproximou de mim, tirando seu casaco e me estendendo, eu não pude evitar de abraçar ele com força.

— me desculpe — disse soluçando, sentindo meu corpo ir para frente a medida que eu soluçava — me desculpa. Eu juro que não queria, eu não deveria ter vindo para cá e....

— ei — ele me chamou, me olhando com cuidado — o que é isso? A culpa não é sua, Eva Margort. A culpa não é sua — ele me abraçou com mais afinco, fazendo com que eu me sentisse acolhida. — eu vou te proteger Margort, não se preocupe.

Eu não queria, mas acreditei naquela promessa de Gabriel com mais força do que poderia imaginar.

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