Fragalhos

Prolongo: parte três

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Eu não falei nada enquanto torturava Luis.

Nada.

Eu apenas fui descontando toda a minha raiva e frustração nele. Eu não me importei em fazer um estrago, ou o fato de que eu havia acabado de perder minha noiva. Não, não importava.

Olhei para o homem completamente molhado em minha frente. O rosto estava sangrando devido aos socos, a perna estava cortada, a outra estava em volta a arames farpados. Havia cerca de vinte agulhas nos braços, pescoço e rosto. Adrenalina no corpo do homem que pingava sangue e suor.

Suor porque eu fiz questão de colocar o aquecedor no máximo. Olhei para o homem novamente, pegando meia dúzia de pedras.

— você... — falei ofegante, pela primeira vez depois de tantas horas — sabia que... — eu estava sem foco, mal consegui ou pensei quando comecei a falar.

Desiti.

Me afastei em uma distância considerável, começando a jogar as pedras nele com toda a minha força. Os murmuros escapado pela boca do homem presa por uma fita estavam mais persistentes. E eu levantei a cabeça lentamente tendo uma idéia.

— já sei — falei, andando praticamente saltitando até a maleta de drogas. Pegando uma seringa em específico. — tanã — meu sorriso foi amplo em meio a todo aquele sangue. E enquanto eu caminhava em direção a Luiz, vi que o resto de sanidade que havia em mim, se foi.

— sabia que necessariamente não precisa estar anestesiado para acontecer uma cirurgia? Você só precisa estar parado e é isso que vamos fazer agora. O que acha? — o homem começou a balança a cabeça de um lado para o outro energeticamente e eu sorri alisando seu cabelo.

Sangue saia das agulhas, e eu sabia que era por causa dos movimentos bruscos.

— Rachel era só uma menina — susurrei, aplicando o conteúdo de qualquer jeito na veia do homem.

Comecei a tirar a fita calmamente, enquanto pegava uma faca de serra para cortar a língua do homem.

Quando ele deu seu último suspiro, eu soube que havia acabado.

Minha estrelinha estava vingada.

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Espero vocês dia 16/04