PRISCILLA NARRANDO...
Eu vivia no inferno... A minha paz era o trabalho, porque ir para casa era como viver no inferno. Cinco anos presa num casamento fracassado que ia acabar me matando. Eu vinha movimentando ao longo dos anos todas as papeladas possíveis para me divorciar e tirar Ian totalmente da minha vida. Nosso casamento foi um erro para agradar minha mãe. Não tenho nenhum tipo de relação com a minha família além da minha tia Cristina e meu tio Jaime e os filhos deles. Minha mãe é uma mulher arrogante e preconceituosa que meu pai se envergonharia muito hoje. O meu pai era a melhor pessoa do mundo e deve estar triste em me ver nessa situação e ver que meu irmão chantageado pela minha mãe, resolveu apoiá-la ficando de boca fechada em tudo e se afastando de mim. Eu tinha uma mágoa enorme dele. Ian tinha um ciúme doentio e descontrolado. Ele o tempo todo achava algo que não tinha nada a ver, eu vivia maquiada para esconder os hematomas. Não dividíamos mais o mesmo quarto a alguns meses, eu consegui fazer algumas imagens das agressões dele, tudo era prova contra ele e quanto mais prova eu tivesse, melhor para o processo de divórcio. Meu melhor amigo é o Lukkas Marques, e ele odeia o Ian e o Ian não o desafia não sei qual o segredo dele para isso e o Lukkas não me conta... Lukkas me ajuda em tudo para esse processo de divórcio. O apartamento que moramos é do meu marido, eu estava providenciando a compra de uma casa num condomínio com muita segurança no Leblon. Ian não tinha acesso a minha conta pessoal, as contas da empresa que era minha, e foi construída com herança do meu pai, então ele não conhecia minha movimentação bancária. Lukkas estava cuidando de tudo para mim, da compra da minha casa nova, de toda a decoração do jeitinho que eu sempre sonhei, todo o esquema de segurança. Todos os contatos eram feitos com o Lukkas ou para outro telefone meu que ficava na empresa. Com o tempo, aprendi a fazer coisas que não ficassem nas vistas do Ian mesmo não precisando de muito para ele me agredir. Aquele dia do baile de máscara pra mim, foi a gota d'água. Se Natalie, a dona do hotel não tivesse aparecido, ele teria me machucado muito ali mesmo. Na quinta feira mandei o press kit para Natalie para agradecer por tudo referente ao trabalho e também por ter me livrado naquele momento da festa. Quando chegamos em casa eu me tranquei no quarto, as duas bofetadas na porta do carro foram suficientes. Recebi flores da Natalie me agradecendo pelo press kit pedi a Célia para colocar num vaso pra mim quando cheguei em casa e deixei o cartão na mesa. Quando sai do banho Ian estava no meu quarto.
Ian: O que significa isso?
Eu: Isso o que?
Ian: Esse cartão, aquelas flores? – pergunta irritado.
Eu: A dona do hotel me mandou agradecendo pelo press kit que eu enviei pra ela. – falei simples, afinal não tinha nada demais. Ele pegou no meu cabelo e me encostou na parede. – Ai... Está me machucando Ian...
Ian: Eu quero o telefone dela agora.
Eu: Pra que?
Ian: Quero ter uma palavrinha com ela...
Eu: Você não tem que falar nada com ela, deixa de ser paranoico...
Ian: Não vou te soltar enquanto não me der seu telefone... – ele não me soltaria mesmo. Me soltei dele e ele pegou no meu braço, peguei meu celular e desbloqueei e ele procurou o telefone dela colocou no privado e ligou pra ela.
Eu: Você é ridículo – falei com raiva.
Ian: Cala essa boca – me deu uma bofetada me fazendo cair na cama. Ele colocou no viva voz.
Nat: Alô?
Ian: O que está querendo?
Nat: Oi? Quem está falando?
Ian: O que está querendo mandando flores para a minha mulher? – falava ainda mais nervoso – Alô?
Nat: Não estou ouvindo pode repetir? – agia naturalmente.
Ian: Aqui é Ian Tavares, marido da Priscilla Pugliese Tavares, o que está querendo mandando flores para a minha mulher? – falava com raiva.
Nat: Senhor, ela me mandou um press kit dos perfumes lançados no meu hotel no final de semana, e eu mandei as flores agradecendo apenas isso. Há algo errado nisso?
Ian: Não envie flores para minha mulher. Eu sou o marido dela...
Nat: Em momento algum alguém disse que não era. Mas se está se sentindo ameaçado isso é um problema seu.
Ian: Não me desafia...
Eu: Ian, para... não tem nada demais... são flores de agradecimento... – falava chorando e ele me deu mais dois tapas. – AAIII...
Ian: CALA A BOCA... CALA ESSA BOCA – gritou.
Nat: Eu vou chamar a policia agora para você seu criminoso bandido, maldito...
Ian: Eu mato você ouviu bem? Eu mato você e mato ela também. Desgraçada...
Nat: Bandido, criminoso de merda, covarde... – ele desligou jogou meu celular na cama e veio pra cima de mim me enforcando.
Ian: A minha vontade é matar você.
Eu: Vai embora dessa casa, vai embora da minha vida se você me odeia tanto, porque eu odeio você... Eu não aguento mais essa vida, eu não aguento mais ser agredida e violentada por você. Seu monstro, covarde, lixo... – ele me beijou com força e eu mordi o lábio dele o rasgando. Ele me deu um soco no rosto.
Ian: Vagabunda... Não vai se livrar de mim assim. – eu peguei um algodão e passei na minha boca limpando o sangue dele que tinha ficado... aquilo me acendeu uma luz. Eu não aguentava mais aquilo. Me troquei fiz uma mala com algumas coisas e desci. Ele estava no banho não me veria sair. Peguei tudo que eu precisava. Fui até o hospital Copa Star em Copabacana, pedi para falar com uma amiga minha, doutora Lohana Marinho. Ela era chefe da obstetrícia do hospital. Logo ela veio.
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NATIESE EM: O AMOR QUE LIBERTA
FanfictionNatalie Kate Smith, 29 anos, empresária, atua no ramo da hotelaria junto com a família a qual não se dá nada bem, inclusive os pais. Seu relacionamento familiar se resume apenas a irmã que é sua advogada na empresa. Acabou de sair de um relacionamen...