PRISCILLA NARRANDO...
Eu estava em casa trabalhando. Minha voz finalmente voltou ao normal e eu estava trabalhando de casa, ainda não podia dirigir e nem me expor a telas por muito tempo porque minha cabeça doía. Eu sentia dores na nuca também, falei com meu médico e ele disse que pode ser pressão alta, como eu tive uma lesão muito séria no cérebro isso poderia acontecer com frequência. A campainha tocou, achei estranho porque ninguém entra sem ser avisado, mas pensei que podia ser a Luíza minha vizinha. Eu resolvi ir atender, precisava parar um pouco de trabalhar. Helô já ia atender a porta...
Eu: Deixa Helô eu atendo preciso me movimentar. – sorri.
Helô: Tudo bem. – fui até a porta e abri. Meu sorriso se fechou na hora e eu acho que eu perdi a cor.
Eu: O que você está fazendo aqui?
Mãe: Oi Priscilla.
Eu: Como entrou sem ser anunciada? – perguntei nervosa, fiquei ofegante por alguns segundos, minha cabeça doía.
Mãe: Eu tenho um casal de amigos que moram aqui... Eu não vim brigar, eu só quero conversar. Podemos? Por favor... – falava baixo e calma. Não parecia a Patrícia que eu conhecia. Eu respirei fundo e dei espaço pra ela entrar.
Eu: Helô essa é Patrícia, minha mãe. Essa é a Helô, ela que cozinha pra mim e cuida muito bem de mim.
Mãe: Muito prazer Helô – sorriu de leve.
Helô: O prazer é meu dona Patrícia.
Eu: Helô pode trazer um café e uma água pra gente, por favor?
Helô: Claro... Vou fazer...
Eu: Obrigada... – fomos pra outra sala mais reservada.
Mãe: Sua casa é linda.
Eu: Obrigada. Sente-se. - Ela sentou em um sofá e eu sentei no outro. – O que quer comigo?
Mãe: Eu tentei ver você no hospital, mas a sua tia não deixou e inclusive proibiu minha entrada lá – sorriu de leve – Uma leoa.
Eu: É, a tia Cristina é uma mãe maravilhosa pra mim – ela engoliu seco. Aquilo com certeza doeu nela.
Mãe: Eu fiquei preocupada com você, queria saber como você estava, então seu irmão perguntava pra ela e me contava. Eu queria muito ver você. Eu dei um jeito de saber de você todos os dias. E eu soube onde você estava morando e meus amigos moram aqui então eu resolvi vir aqui sem que você soubesse, porque eu sabia que não ia querer falar comigo. Desculpa, posso estar fazendo errado, mas acho que era a única forma de me aproximar de você e tentar uma conversa.
Eu: E eu tenho motivos de sobra pra isso né mãe? Preciso te lembrar do inferno que você fez na minha vida quando soube que eu sou bissexual? Preciso te lembrar que me jogou em cima do homem que me agrediu por cinco anos, que me estuprou, e que me deu um tiro na cabeça? – falei nervosa e ela deixou uma lágrima cair.
Mãe: Eu tenho muita vergonha disso tudo, todos os dias Priscilla. Eu fui um monstro com você, eu coloquei seu irmão contra você e eu reconheço tudo isso. Seu irmão morre de vergonha de te procurar porque ele sabe que te magoou dando as costas pra você, mas está muito preocupado com você também e não sabe como chegar perto, não quer te aborrecer. E eu estava angustiada já, eu não aguentava mais esperar e eu vim com a cara, a coragem e toda a culpa e vergonha que eu carrego dentro de mim, conversar com você e te pedir perdão por não ter sido sua mãe por tanto tempo. – eu já chorava, ela chorava. A Helô deixou a bandeja e saiu.
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NATIESE EM: O AMOR QUE LIBERTA
FanficNatalie Kate Smith, 29 anos, empresária, atua no ramo da hotelaria junto com a família a qual não se dá nada bem, inclusive os pais. Seu relacionamento familiar se resume apenas a irmã que é sua advogada na empresa. Acabou de sair de um relacionamen...