Eu: Ela é um amor. E ficou me esperando chegar ontem, pra poder saber de você, não foi dormir enquanto não escreveu uma cartinha pra você e ainda fez a mãe dela sair cedo pra comprar flores – ri e ela sorriu.
Pri: Eu... – levou a mão na garganta – querrr... ir... pra ca...sa.
Eu: Precisa ficar mais um pouco aqui.
Pri: Me... enten...de?
Eu: Sim meu amor eu entendo você – sorri e dei um selinho nela. – Vamos fazer isso funcionar ok? Fica tranquila.
Pri: Ma...- suspirou – Mãos... – me mostrou as mãos dela.
Eu: Você vai precisar de muita fisioterapia, e vamos cuidar de tudo isso tá? Você vai se recuperar amor.
Pri: Ti...a...
Cris: Oi querida? – se aproximou e sentou do lado dela.
Pri: Mi...nha – respirou fundo – mãe. Ve...io me ver?
Cris: Ela veio no dia da cirurgia e me ligou duas vezes eu a mandei embora.
Pri: E o Fe...li...pe?
Cris: Ele me manda mensagem todos os dias perguntando de você.
Eu: Amor, quer ver sua mãe?
Pri: N...Não sei...
Eu: Pensa direitinho. – fiquei mais um pouco com ela e fui até a empresa assinar uns papeis da mudança da empresa, fui almoçar, me troquei e voltei para o hospital. Quando cheguei, a Rafa estava lá, ela e mais duas enfermeiras tentavam coloca-la de pé.
Rafa: Vamos fazer bem devagar ok? Vou colocar esse colete em você para te dar mais segurança. – elas a colocaram de pé. Uma das mãos dela segurava bem, mas a esquerda ficava levemente para dentro, eu observava muito como aquele tiro tinha a afetado. A fala dela difícil, a boca levemente curvada para um lado, a mão esquerda, a fraqueza do lado esquerdo do braço. Os pés tocavam o chão perfeitamente era um ponto positivo, mas ela tremia. – Está tudo bem?
Pri: To...Tonta...
Rafa: Pode soltar seu peso em nós, estamos te segurando. – ela suspirou. – Toma folego e vamos tentar dar um passo.
Pri: Va...mos...
Rafa: Então vamos tentar. Consegue sentir qual perna você tem mais segurança para dar o primeiro passo?
Pri: Si...m...
Rafa: Então vamos tentar... – ela foi bem devagar. – Isso... Ótimo Priscilla, isso foi incrível. Vamos de novo. – ela tentou com a esquerda, mas arrastou um pouco – É normal tá? Seu lado esquerdo está mais enfraquecido. - Depois de 20 minutos ela estava chorando muito, estava cansada, irritada e eu só queria pegá-la no colo e abraça-la. Cristina saiu do quarto, não quis ver, ela achava que a Priscilla estava sendo torturada. Meu coração estava na mão e eu controlava a vontade de gritar para pararem com isso. Até que a Rafa a sentou na poltrona. Ela começou a dar ânsia de vomito a enfermeira pegou um recipiente e ela vomitou bastante. – Coloca o oxigênio nela de novo. – Priscilla chorava e tremia. – Olha pra mim Priscilla – ela a olhou. – Você conseguiu. Sei que está cansada, sei que está com dor. Você saiu do coma ontem, e hoje está de pé depois de uma lesão grave no cérebro. O que você fez aqui hoje, foi muito. Foi acima do esperado. Você deu 20 passos Priscilla. Normalmente uma pessoa numa situação melhor que a sua não conseguem dar 5 passos antes de vomitarem ou desmaiarem. Você deu 20 passos. Você vai sair dessa, nós vamos ajudar você ok?
Pri: Doi...
Rafa: Eu sei. Por hoje já está bom. Amanhã quando você for para o quarto a gente tenta mais um pouco. Quer água?
Pri: Si...m... – ela deu água a ela para lavar a boca primeiro e depois ela bebeu um copo de água com a ajuda de um canudo.
Rafa: Me ajude a coloca-la na cama – pediu a enfermeira. As duas a pegaram e a colocaram na cama. – Faz uma analgesia para ela e uma vitamina, e coloca um soro pra hidratar. – falou com a enfermeira pegou um tablet e fez algumas anotações no prontuário dela. A enfermeira falava que ia trazer algo pra ela comer, ela já estava comendo sem sonda.
Eu: Hei vai ficar tudo bem amor – me sentei do lado dela e ela deitou no meu peito. – Eu te amo, muito viu?
Pri: Eu a...mo... – não conseguiu completar.
Eu: Tudo bem amor eu entendi. - Trouxeram uma sopa pra ela, o cheiro estava bom. Eu a ajudei a comer, era um processo lento. Depois ela tomou a água e comeu metade de uma laranja. Ela não demorou a dormir. Falei com o médico dela e ele disse que ela estava indo bem e não via necessidade dela ficar na semi intensiva por mais tempo. Ia manda-la no dia seguinte pela manhã para um quarto particular, assim alguém poderia ficar com ela 24 horas. A gente podia ficar com ela na semi o tempo todo só não podíamos dormir com ela. Eu e Cristina fomos fazer um lanche enquanto ela dormia e a Rafa chegou na lanchonete.
Rafa: Oi.
Eu: Oi...
Rafa: Como ela está?
Eu: Dormindo.
Rafa: Ficou louca pra pedir pra parar não foi?
Eu: Fiquei – ri.
Rafa: É difícil ver, e acredite, é difícil para nós também. Pré ambulação é doloroso em pacientes neurológicos graves, mas é o passo para a recuperação mais rápida.
Cristina: Ela parece muito incomodada com a mão.
Rafa: Sim, porque isso significa a autonomia dela. Andar é o de menos. Ela vai andar com o tempo, mas o movimento da mão a coordenação motora para pegar um copo, abrir um envelope, cortar uma carne, abrir uma porta vai incomodá-la e muito. Assim como a voz dela, a dificuldade de fala vai incomodá-la muito. A mão vai impedi-la de cuidar das necessidades básicas dela, o que vai mantê-la na fralda geriátrica por um tempo até ela ter equilíbrio suficiente para utilizar uma das mãos para se cuidar sozinha, isso vai ser frustrante pra ela. Um acompanhamento psicológico vai ser importante. Vou indicar uma terapeuta especializada nos casos como o dela por causa da dificuldade de fala.
Eu:Vamos precisar muito. –ela nos explicou muita coisa sobre as fisioterapias, ela nos deu nomespreciosos que podem cuidar do caso dela já que ela trabalha só no hospital. Elanos indicou os cinco melhores fisioterapeutas especialistas no caso. Eu ialigar para todos eles, assim como para terapeuta, para fonoaudióloga. A Ericame ligou disse que já tinha alguns orçamentos de especialistas de homecare ede profissionais competentes para cuidar das adaptações na casa. Eu ia cuidardisso ao longo da semana. Na manhã seguinte eu liguei para todos, conseguimarcar horários com todos para verem a Priscilla durante a semana, conseguimarcar com a empresa que cuidaria da cama hospitalar dos equipamentos para a adaptaçãodela em casa. Ela tem uma academia em casa então a fisioterapeuta disse quepoderia fazer as atividades com ela lá, que poderíamos adquirir alguns itensassim como a fixação de barras para treino eu cuidaria de tudo isso. Eu estavaexausta com a correria. Priscilla deprimida e irritada. A alta dela deveacontecer em alguns dias. Ela já estava no hospital a 15 dias. Eu me dividiaentre a tia dela, a prima, a avó que quis participar de tudo para dormir comela e passar o dia com ela.
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NATIESE EM: O AMOR QUE LIBERTA
Fiksi PenggemarNatalie Kate Smith, 29 anos, empresária, atua no ramo da hotelaria junto com a família a qual não se dá nada bem, inclusive os pais. Seu relacionamento familiar se resume apenas a irmã que é sua advogada na empresa. Acabou de sair de um relacionamen...