NATALIE NARRANDO...
A gente transou... E foi sensacional... Que mulher perfeita. Como pode alguém maltratar uma mulher tão maravilhosa como ela? Não conseguia entender isso. Ela era doce, delicada, gentil, amorosa, carinhosa. Como ele pode ter sido tão babaca com ela todo esse tempo? Era muita maldade tudo que ele fez com ela, as atitudes da mãe dela também foram horríveis. Acordei de manhã e ela já tinha ido embora e deixado um bilhete. Mandei uma mensagem pra ela, mas ela não visualizou, deveria estar ocupada. Eu fiz muita coisa o dia todo, mas mandei mensagens e liguei pra ela e ela não respondeu nenhuma, não respondeu nenhuma chamada. Eu estava começando a ficar preocupada. A noite eu quase não dormi, ela não me atendeu, não me respondeu, eu só tinha certeza que o marido dela não fez nada com ela, porque ele está preso. Na manhã seguinte eu mandei mensagem de novo, liguei, fui a empresa dela e ela não estava indo trabalhar, e depois de quase uma semana ela me respondeu...
Priscilla, eu estou ficando preocupada. Não me atendeu, não me respondeu... Por favor, como você está? Me manda pelo menos uma mensagem me dizendo se está bem? Não consigo falar com você a dias. Eu fiz alguma coisa que não gostou? Se eu fiz, por favor, me fala.
Eu estava muito angustiada. Passou-se uma hora, ela me respondeu...
Oi Natalie, desculpa. Eu tive dias muito difíceis, eu não queria falar com ninguém não queria ver ninguém, me perdoa. Eu não estou muito bem, mas isso não deve ser dito por telefone. Podemos conversar amanhã? Eu me mudou depois de amanhã, tenho que resolver algumas coisas na rua e passo na sua empresa.
Eu logo respondi...
Não... Vamos conversar hoje. Eu passei todos esses dias achando que você estava morta em algum lugar. Pelo amor de Deus não faz mais isso. Eu fiquei muito preocupada. Eu vou até você, onde está?
Ela logo respondeu...
Estou na minha casa, estou colocando algumas coisas no lugar. Vou avisar na portaria.
Eu respondi...
Chego em 40 minutos...
Eu terminei de fazer algumas coisas, respondi e-mails a minha mãe e sai. Era hora do almoço então passei num restaurante e comprei comida. Lembrei do prato favorito dela então comprei arroz, parmegiana, batata frita e suco de laranja. Cheguei na portaria fui anunciada e logo liberaram minha entrada. Eu cheguei na casa dela desci as sacolas toquei o interfone e ela logo atendeu dizendo que ia abrir. Eu entrei fechei o portão a porta já estava aberta.
Eu: Oi...
Pri: Oi... – ela não sorriu.
Eu: Trouxe almoço.
Pri: Já ia pedir, estava esperando você chegar. – pegou os pratos, talheres e copos e colocou no balcão. Eu me servi e ela também. – Obrigada por isso, é meu prato favorito.
Eu: Eu me lembrei – a gente comeu, e ela só falava da casa, da organização da casa dela. Estava bem bonita, a cozinha dela ficou linda. Terminamos o almoço então eu perguntei. – Vai me contar o que aconteceu pra você sumir todos esses dias?
Pri: Aquela noite na sua casa, foi incrível. Eu me senti muito amada, desejada e eu não me sentia assim a muito tempo. Não foi nada com você. Eu tinha que ir embora, deixei o bilhete e sai. Fui pra casa tomei banho e fui para a empresa, tinha muita coisa pra fazer. A Regina me ligou, o Ian queria me ver e só assim ele assinaria o divórcio, eu fui lá... – contou tudo que aconteceu. Meu coração apertou. Eu via a Pri tão sozinha em tudo isso que era doloroso. Ela já chorava bastante, então eu a abracei e a deixei desabafar. Eu não tinha o que falar, nada que eu dissesse resolveria. Era muita dor, era muita mágoa, muita agonia e ela falava como se aquilo não fosse mudar nunca.
Eu: Quando vem pra cá de vez?
Pri: Na sexta de manhã eu já me mudou – secou as lágrimas e deu um sorriso tímido. – Finalmente, a minha casa. – suspirou aliviada.
Eu: Isso é bom.
Pri: Vem ver como ficou a área da piscina... – eu fui com ela e tinha ficado bem bonito. Ela tinha muito bom gosto. O apartamento dela não era muito decorado, mas a casa dela tinha bastante cor, flores, quadros, vasos... Tinha alegria, acho que era isso que de certa forma, faltava na vida dela.
Eu: Eu fiquei muito preocupada com você.
Pri: Sinto muito.
Eu: Tudo bem, só não fica sem me dar noticias mais – faz carinho no rosto dela e a trouxe para mais perto. – Eu senti muito sua falta. – dei um beijo calmo nela.
Pri: A gente não pode mais fazer isso...
Eu: Por que?
Pri: Eu não estou pronta...
Eu: Não me afaste de você.
Pri: Não estou afastando. Eu só não estou pronta para ter uma nova relação com alguém.
Eu: Eu vou respeitar seu tempo.
Pri: Obrigada.
Eu: Eu vou embora.
Pri: Eu vou daqui a pouco também.
Eu: Se precisar de ajuda com a organização quando se mudar, me liga.
Pri: Obrigada... E obrigada por vir, obrigada pelo almoço. – sorriu.
Eu: Foi um prazer. – sorri de volta. Eu fui embora... – O que está acontecendo com você Natalie? Porque você está apaixonada por uma mulher que você acabou de conhecer? – ouvi buzinarem, o sinal abriu eu sai com o carro. Fui ao supermercado precisava comprar algumas coisas pra casa, não tinha nada. Fiz compras, passei numa loja de vinhos comprei meus vinhos favoritos e fui pra casa. Coloquei os vinhos na adega que instalei na cozinha guardei minhas compras. Respondi e-mails, mandei algumas mensagens. A noite a Rafa chegou lá em casa.
Rafa: Oi...
Eu: Oi...
Rafa: Trouxe pizza.
Eu: Já ia pedir algo pra comer.
Rafa: Tem vinho?
Eu: Tem... – levantei e fui abrir um vinho peguei as taças, ela pegou os pratos e talheres e nos sentamos na mesinha da sala.
Rafa: Está pensativa o que foi?
Eu: Acho que eu estou apaixonada pela Priscilla.
Rafa: Acha? Desde que seus olhos caíram nessa mulher você está embasbacada por ela Natalie.
Eu: E isso é ruim?
Rafa: Não... Mas acho que está indo rápido demais. Ela tem uma carga emocional muito grande. Ela está tentando sair de um casamento horroroso, com um homem ou melhor, um monstro abusivo, perigoso, que te ameaçou a pouco tempo por causa de um buquê de flores inocente que enviou para agradecê-la. Um ser repugnante que se não estivesse preso agora, poderia tê-la matado já. E ela é uma mulher que apesar de toda a fortuna, todo sucesso profissional está fragilizada e com uma dor gigantesca, cheia de traumas. Você é uma mulher muito bem sucedida, solteira, que oferece a ela toda segurança que ela não teve nos últimos anos da vida dela. E tudo isso rápido demais. Sem tempo para ela curar as feridas dela. Você não pode ser a pessoa que ela vai se escorar para se curar. Você não é um curativo, você não é peça de reposição Natalie.
Eu: Eu sei disso, e ela não está me usando. Falando assim até parece que ela está fazendo isso.
Rafa: Conscientemente ela não está fazendo isso, mas é exatamente isso que vai acontecer. Você oferece segurança a ela, amor, carinho, tudo que ela não teve nos últimos anos. Você não pode ser um apego para a cura emocional dela. Ela precisa se reencontrar, se curar. É um longo processo... Se ela não passar por esse processo, ela vai sempre sangrar em cima de quem não a feriu, e esse alguém vai ser você. – ela tinha razão. Eu não queria me afastar dela, não vou forçar nenhuma situação, quero estar por perto. Mas ela precisa se curar antes de termos alguma coisa...
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NATIESE EM: O AMOR QUE LIBERTA
FanficNatalie Kate Smith, 29 anos, empresária, atua no ramo da hotelaria junto com a família a qual não se dá nada bem, inclusive os pais. Seu relacionamento familiar se resume apenas a irmã que é sua advogada na empresa. Acabou de sair de um relacionamen...