BÔNUS 3

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Eu: Enfim, sós... – tranquei a porta e fui pra cama. – Amor, guarda isso... – ela mexia no ipad.

Pri: Estou verificando as câmeras se estão todas funcionando.

Eu: Priscilla, para... Você está ficando paranoica com isso. – falei irritada.

Pri: O Ian foi solto Natalie. Ele vai me procurar. A gente tem 4 filhos sabia?

Eu: Que estão bem e estão seguros. O Ian estava preso a mais de 20 anos. Ele não vai botar tudo a perder e voltar pra cadeia não Priscilla.

Pri: E você acha mesmo que ele não vai querer vingança por ter ficado mais de 20 anos preso Natalie? Mesmo sob condicional, ele pode muito bem tentar terminar o que ele começou ou tentar me matar ferindo nossos filhos, porque ele sabe que isso me mataria.

Eu: Eu não aguento mais isso... – suspirei e fui para o banheiro. Fiz minha higiene, hidratei meu corpo, entrei no meu closet coloquei uma camisola e fui pra cama.

Pri: Amor?

Eu: Fala?

Pri: Grossa...

Eu: Ai Priscilla... Boa noite ok?

Pri: A gente não vai transar?

Eu: Não. Eu não estou a fim mais. – ela suspirou. Eu acabei dormindo e nem vi que horas a Pri foi dormir. Essa pilha dela de sempre estar com medo estava me irritando.

IAN NARRANDO...

Vinte e um anos preso. Eu passei 21 anos na cadeia de Curitiba. Priscilla me colocou lá, afinal de contas eu dei um tiro na cabeça dela. Eu recebi liberdade condicional e poderia cumprir no Rio de Janeiro. Eu teria que ir a delegacia todos os dias pela manhã e a noite assinar uma ata. Minha mãe tocou minha empresa por mim durante todos esses anos. Mãe é um negocio muito louco mesmo. Mesmo com todos os meus erros ela ainda cuidou de mim como ela podia. Eu tinha tanta vergonha dela, do que a fiz passar. Meu pai nunca foi me visitar, nunca mais falou comigo. Quando sai do presidio um advogado me esperava. Eu sai de lá direto para um aeroporto e voltei para o Rio de Janeiro. Meu apartamento foi vendido, minha mãe transformou uma área da minha empresa num loft pra mim. Cheguei lá e estava tudo bem organizado, aconchegante. Com certeza foi coisa dela. Não era nada como meu apartamento, mas era um luxo perto da minha cela na cadeia. Cheguei lá a geladeira estava muito abastecida, tinha comida congelada com data do dia anterior, certamente minha mãe cuidou disso. Eu tomei um longo banho, fiz barba, me sentia limpo. Fiz uma daquelas comidas e com certeza era comida da minha mãe. Não demorou muito ouvi barulho na porta e logo a figura dela se fez presente. Ela estava bonita, bem cuidada.

Eu: Oi mãe.

Mãe: Meu filho. – veio me abraçar e chorou. Eu a abracei forte. – Que bom te ver aqui finalmente. – passava as mãos pelo meu rosto.

Eu: É muito bom estar de volta mãe e te ver. – dei um beijo na testa dela. Ela me falou sobre a empresa, falou que os funcionários sabiam que eu voltaria e não se opuseram trabalhar para mim. Os funcionários que eu tinha naquela época não trabalhavam mais lá e era um pessoal bem reduzido já. Não dava o lucro de antes, mas era o suficiente para viver dignamente. Em meio a nossa conversa eu quis perguntar da Priscilla, mas achei melhor não. Logo ela foi embora, eu peguei o notebook que ela havia deixado para mim, criei um perfil numa rede social sem colocar foto e sem colocar meu nome real. Minha primeira pesquisa foi... Priscilla Pugliese... Eu encontrei... Priscilla Pugliese Smith. O perfil era aberto e tinham muitas fotos. Eu sabia que ela tinha se casado com aquela moça dos hotéis, Natalie Smith e pelas fotos estavam casadas ainda e felizes.

Tinha um carrossel de fotos onde tinham fotos dela grávida, da Natalie grávida também, pareciam épocas diferentes, e depois com as crianças no colo e as fotos atuais. Elas tinham uma família com 4 filhos. Duas meninas e dois meninos. Priscilla que antes tinha os cabelos pretos e longos agora tinha os cabelos curtos e loiros. Pelas fotos claramente a garota mais velha era filha da Priscilla e o garoto mais novo também, eram a cara dela. Ela estava bem, estava feliz. A empresa dela tinha prosperado. Na segunda feira eu comecei a trabalhar na minha empresa. Algumas pessoas pareciam ter receio de trabalhar comigo e eu tentava não parecer mau. Se eu quisesse refazer minha vida eu precisaria abaixar a cabeça e seguir a vida como se deve. Eu ainda tinha contas a acertar... Minha antiga secretária. Quando fui preso, ela estava grávida de um filho meu. O nome dele é Otávio e hoje tem 21 anos. Eu o conheço por fotos apenas e ele sabe da minha existência, sabe quem sou eu e o que eu fiz. Soube que ele faz faculdade e é o típico galinha da faculdade e que dá trabalho a mãe dele. Eu não tenho moral alguma com ele, mas queria conhece-lo. No outro dia fui até a empresa da Priscilla, fiquei de longe observando. Ela estava muito bonita. Fui embora logo não queria confusão.

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Será que o Ian vai tentar conversar com a Priscilla? 

NATIESE EM: O AMOR QUE LIBERTAOnde histórias criam vida. Descubra agora