Alice: Tia Pri, me ajuda tia Pri...
Eu: Hei, o que foi? – ela se agarrou a mim. Ela estava descalço e de pijama. Eu me sentei no sofá e ela subiu no meu colo – Calma Alice eu estou aqui o que aconteceu? – eu estava muito assustada.
Nat: O que foi? Hei pequena o que aconteceu?
Eu: Pega água pra ela amor... – ela foi buscar. Ela soluçava que até engasgava.
Nat: Toma a aguinha pra você se acalmar... – ela bebeu um pouco da água, mas não parava de chorar.
Alice: As minhas mamães estão brigando muito. A mamãe Erica jogou um prato na mamãe Luiza, ela tá machucada, tem sangue saindo dela tia Pri, socorro. – soluçava desesperada. Eu arregalei os olhos encarando a Natalie.
Nat: Eu vou até lá... – a Natalie foi até lá e de casa eu comecei a ouvir os gritos da Luíza.
Eu: Vamos subir para o meu quarto vem amorzinho. Não posso carregar você, ainda não tenho força, me dá a mão vamos... – subimos para o meu quarto ela subiu na minha cama eu subi na cama e ela me agarrou de novo. – Calma, vai ficar tudo bem ok? Vai ficar tudo bem. – fazia carinho nela. Ela estava apavorada. Coloquei um filme da Disney pra ela ver e ela ficou colada em mim assistindo, tinha parado de chorar. Natalie me mandava mensagem dizendo que estava no pronto socorro com a Luiza ela ia precisar de uns pontos e já estava sendo atendida. Luíza registrou um boletim de ocorrência contra a Erica... Isso seria uma guerra sem fim, com a Alice no meio e isso seria uma judiação com aquela criança. – Está com fome amorzinho?
Alice: Sim...
Eu: O que acha da gente pedir sanduiche?
Alice: Eu adoro sanduiche...
Eu: Vamos pedir então, você quer de quê?
Alice: De frango. – eu pedi um x frango pra ela, batata frita e um suco de laranja. Pedi dois x tudo, duas batatas e dois sucos de maracujá pra mim e pra Natalie que já tinha mandado mensagem dizendo que estava chegando. Logo a Natalie chegou eu estava na cozinha, a Alice estava no meu quarto.
Eu: Oi e ai?
Nat: Nossa amor... Que coisa horrorosa – suspirou. – A irmã da Luíza está ai, ela estava esperando na porta quando chegamos. Levou 12 pontos no antebraço. Fez boletim de ocorrência no posto policial que tem lá. A Erica estava transtornada. As duas estão parecendo duas desconhecidas. Eu falei que a gente ia cuidar da Alice hoje.
Eu: Fez bem. Pedi sanduiches pra gente, ela está na nossa cama.
Nat: Ok – me deu um selinho. – Eu estou morrendo de dó da Luíza. Ela disse que depois que perderam o bebê, a Erica parece que virou um monstro, está sempre culpando ela, está sempre desconfiada de alguma coisa. E pra mim, a Erica tem uma amante.
Eu: Quem desconfia demais de tudo é porque tem algo a esconder – suspirei.
Nat: Sim... Ela disse que ela sempre chega tarde, diz que está num lugar, mas está em outro.
Eu: E a Alice no meio disso tudo, presenciando isso tudo.
Nat: Sim. Ela disse que não é a primeira briga que a Alice vê. Que a escola já notificou duas vezes que ela mudou o comportamento dela, o rendimento dela não é mais o mesmo, está arrumando briga na escola. E isso parece ser reflexo do que está acontecendo em casa.
Eu: Ela chorou tanto, que só se acalmou com um filme. – logo o interfone tocou era o sanduiche a Natalie foi receber e a gente subiu pra comer vendo o filme. A irmã da Luíza levou um chinelo, uma troca de roupa e a escova de dentes da Alice então ela terminou de comer, escovou os dentes e logo dormiu. Colocamos um colchão no chão no nosso quarto pra ela e ela dormiu do meu lado na cama. Eu acordei várias vezes para ver se ela estava bem e ela dormiu a noite toda. Eu reparei como a feição da Alice havia mudado. Ela parecia uma pulguinha, estava sempre pulando de um lado para o outro, sorrindo, gritando, fazendo as teorias malucas dela e ela estava com a carinha tão pesada e preocupada. Era muito pra uma criança da idade dela. A tensão entre as mães dela estavam acabando com ela e isso não era justo. De manhã quando levantei, ela ainda dormia. Eu tomei banho, me troquei, tomei meus remédios, ela acordou e descemos. A Natalie ainda dormia. – Bom dia princesa.
Alice: Bom dia tia Pri. – me abraçou.
Eu: Dormiu bem?
Alice: Dormi...
Eu: Vai fazer xixi, lavar o rosto e escovar os dentes pra gente tomar café da manhã. – ela foi até meu banheiro fez a higiene dela e desceu comigo. Cumprimentamos a Helô, ela fez o leite com chocolate pra pequena. Ela quase não comeu nada. – Hei não está com fome?
Alice: A mamãe está bem? – perguntou triste.
Eu: Está. A tia Nat cuidou dela, a sua titia está com ela.
Alice: A mamãe Erica está sempre nervosa desde que a mamãe perdeu o meu irmãozinho. As duas ficam brigando sem parar. Elas ficam achando que eu não escuto, mas eu escuto. Eu queria... – ficou quieta.
Eu: O que você queria? – coloquei o cabelo dela atrás da orelha.
Alice: Eu queria que a mamãe Erica fosse embora. – deixou cair uma lágrima. Eu olhei pra Helô que me olhava assustada. Aquilo era muito forte pra uma criança dizer.
Eu: As duas vão resolver o que for melhor para elas no momento ok? Não fique preocupada com isso meu amor – a abracei. A Nat logo desceu tomou café o interfone tocou, era a Luíza. Estava com carinha de cansada, não deve ter dormido nada. – Oi... Entra...
Luíza: Obrigada – suspirou.
Eu: Como você está?
Luíza: Bem na medida do possível, mas cansada.
Alice: Mamãe... – correu e a abraçou.
Luíza: Oi princesa... bom dia – a encheu de beijos – Vai pegar suas coisas, a gente vai pra casa da vovó passar o final de semana.
Nat: Sobe devagar as escadas tá?
Alice: Tá... – ela foi.
Nat: E ai? Resolveram alguma coisa?
Luíza: Vamos nos separar. Não dá pra ficar assim, não tem condições mais. Eu tenho certeza que a Erica está me traindo, a gente vem brigando muito desde o aborto, isso não está fazendo bem a ninguém e menos ainda a Alice.
Eu: Luíza, a Alice falou que queria que a Erica fosse embora... – ela segurou o ar. – Eu achei melhor te contar, porque vocês precisam achar um meio de comunicação saudável para conviver com a Alice. Eu não tenho nada a ver com a sua vida, eu não quero me meter, por favor, não me entenda mal. Mas a fala dela, a tristeza dela ao dizer isso agora no café da manhã foi doloroso e ela é muito pequena para alimentar esse sentimento. Ela quer que a mãe fique longe dela. E acho que não é isso que vocês duas querem. Acho que vocês duas não querem um afastamento dela.
Luíza: De maneira nenhuma. Vamos seguir dividindo nossas responsabilidades com ela, a amando muito, mas nosso casamento não dá mais... E doi saber que minha filha está com esse sentimento dentro dela. Não quero que ela fique com raiva da mãe dela, e no momento oportuno vou levar isso até a Erica. Pela nossa filha, vamos nos tratar bem, diante dela e por ela. Mas não teremos mais nenhum tipo de relação além da educação e cuidados com a nossa filha. Eu vou pra casa da minha mãe vou ficar lá hoje e amanhã, volto na segunda de manhã. Vai dar tempo suficiente pra Erica tirar as coisas dela de casa.
Nat: Se precisarem de alguma coisa conta com a gente.
Luíza: Obrigada. Muito obrigada mesmo por tudo.
Eu: Imagina... A Alice é muito bem vinda aqui, você também. O que vocês precisarem a gente está aqui. – logo a Alice desceu, me abraçou, abraçou a Nat e a Helô e elas foram embora.
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NATIESE EM: O AMOR QUE LIBERTA
FanfictionNatalie Kate Smith, 29 anos, empresária, atua no ramo da hotelaria junto com a família a qual não se dá nada bem, inclusive os pais. Seu relacionamento familiar se resume apenas a irmã que é sua advogada na empresa. Acabou de sair de um relacionamen...