Capítulo 59

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Eu passei o final de semana bem introspectiva, a gente tinha combinado de ir jantar com nossos amigos e eu não quis ir e falei pra Natalie ir sozinha. Rodrigo e Rafaela estavam cozinhando para algumas pessoas, o que seria a despedida do apartamento, receberam uma oferta rápido e já venderam e vão sair em 30 dias e a compra do novo apartamento já está quase fechada.

Nat: Tem certeza que não quer ir ou que eu fique aqui com você?

Eu: Eu tenho amor. Vai... são seus amigos, sempre estiveram com você. Eu estou com um pouco de dor de cabeça, já tomei remédio, vou ver um filme aqui.

Nat: Amor, você está com dor.

Eu: Dor de cabeça normal amor, não é nada demais eu não vou ter uma convulsão não e preocupe. – sorri de leve e dei um selinho nela.

Nat: Eu não vou demorar ok?

Eu: Não se preocupe. Te amo. Manda um beijo pra eles e peça desculpas por mim.

Nat: Pode deixar. Te amo... – ela logo saiu, eu fechei a casa, tomei um banho e deitei. Coloquei um filme, mas não conseguia prestar atenção em nada. Eu estava tensa com aquilo, eu me sentia mal em ver a mãe do Ian ali, em ver o advogado dele. Eu achava injusto ter que estar ali. Meu celular tocou, era meu irmão. Atendi a chamada de vídeo dele.

Eu: Oi – sorri de leve.

Felipe: E ai? Como você tá?

Eu: Bem, um pouco de dor de cabeça, mas estou bem.

Felipe: Estou aqui no seu condomínio abre ai.

Eu: Vou descer... – desliguei a chamada, desliguei a TV e desci. Abri o portão e ele entrou.

Eu: Que surpresa é essa?

Felipe: A Bruna viajou com os pais dela pra um casamento em Angra e eu não fui convidado. Aquele primo babaca dela, então eu sai pra comer e resolvi passar aqui. Quer comer alguma coisa? Cadê a Natalie? – me abraçou.

Eu: Foi jantar na casa dos amigos dela. Eu não estava muito bem pra ir.

Felipe: O que você tem? – me olhou assustado.

Eu: Não estou a fim de multidão sabe.

Felipe: O negocio da audiência te pegou né?

Eu: É... – suspirei. – Vamos pedir alguma coisa. – ele pegou o celular, decidimos pedir sanduiche chegaria em 40 minutos. Nos jogamos no sofá para esperar.

Felipe: O que está sentindo com isso?

Eu: É muito injusto sabe. Eu ter que passar por isso. O Ian receber o beneficio de ainda passar por uma audiência com a possibilidade de receber uma prisão domiciliar depois dele quebrar uma medida protetiva dias depois de ser solto após todas as provas de violência contra mim, me sequestrar, me levar para o apartamento e me dar um tiro na cabeça. – suspirei – Eu levei um tiro na cabeça Felipe, era pra eu estar morta e por um milagre de Deus, eu não estou e eu ainda tive que encarar uma audiência antes da audiência final para decidir se ele vai ficar no conforto da casa dele, depois de me dar um tiro na cabeça ou não. Isso é muito injusto. Fiquei pensando no caso de uma mulher que foi presa por matar o marido dela. Ele a estuprava, ele batia nela, ele a vendia a troco de drogas para outros homens, ele a furava, a queimava de cigarros e a policia nunca fez nada por ela. Quando ela criou forças para dar um basta e ela finalmente agiu em legitima defesa, porque ou seria ela ou ele a morrer, ela o matou foi provado legitima defesa e mesmo assim ela foi presa. Ela não teve beneficio algum e passou 2 anos na cadeia como punição. E me violentou e me agrediu por 5 anos e foi solto. O Ian me sequestrou e me deu um tiro na cabeça e recebeu o beneficio de ter uma audiência para receber prisão domiciliar.

NATIESE EM: O AMOR QUE LIBERTAOnde histórias criam vida. Descubra agora