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MARCO

Milão
25, fevereiro 1997

Marco foi o último a se sentar ao redor da mesa onde se encontravam todos os chefes das famílias mafiosas. E naquele dia, Al mandou que Marco fosse à reunião das elites e, mesmo que não especificou o motivo, foi sem pensar duas vezes.

Tuo fratello não pode vir per qual motivo, Marco? - perguntou Coppola, um dos chefes de família.

— Problemas com a saúde. - mentiu ele.

Copolla o encarou, viu o fundo de seus olhos e notou que Marco estava evitando lhe olhar diretamente, mas não ousou perguntar se ocorreu outra overdose, então desejou somente melhoras á seu irmão.

— Bom cavalheiros, gostaria de iniciar minha reunião dando meus parabéns a Johnny Coppola, pelo sucesso no tráfico de drogas. Parabéns mio caro amico!

Rizzo foi o primeiro a parabenizar Johnny. Ele estava no ramo de drogas a mais de 10 anos, porém só começava a garantir sua fortuna naquele momento. E Depois dele, os outros homens foram cumprimentá-lo. Em ordem: Rossi, Bianchi, Mancini, Martinelli, De Santis, Fiore, Martino e por fim, o ragazzo Marco.

Apesar de aparentar ser um homem de humildade pura, Coppola fazia questão de mostrar sua riqueza e sucesso nos negócios. Se achava superior a tudo e todos, deixando claro que era o mais rico dali. Dizia que sua fortuna era estimada em quase 700 milhões de liras e que tinha conquistado poucos meses depois que começou a se empenhar mais no tráfico. Dizia tudo, menos que quase estava sendo pego pelo departamento investigatório de Roma.

— Vocês sem recordam de mim antes do sucesso? Lembram de como eu andava? Com ternos baratos, de segunda mão, parecendo um latino qualquer. Agora que estou mudado e rico, devo dizer que me sinto na obrigação de esclarecer o que fiz. Sabe, quando estava na escola, havia somente uma matéria que eu fazia questão de entender com clareza. E eu entendi. A data do aniversário de alguém é matemática, assim como a de sua morte. Apenas fiz as contas certas.

— Aliás, senhores, Johnny Coppola é o único traficante de Milão, não tem concorrência alguma!

Marco arregalou os olhos não dando a mínima se iriam perceber sua animação naquele momento. Era a chave perfeita para tirar sua família do buraco. Seriam concorrentes apenas de Coppola, mas quem é ele e o poder que dizia ter perto da influência que os Moretti tinham? Ele não esqueceria de forma alguma da ideia que teve, mas para garantir, pegou uma caneta e marcou num papel que ali estava, sobre a enorme mesa, uma simples frase em Italiano.

"Coppola non ha concorrenza"

Dobrou e guardou no bolso seu seu terno o mais discretamente possível.

Houve uma salva de aplausos da parte dos senhores ali em homenagem e parabenização ao senhor soberbo.

— Mudando de assunto - disse Rizzo-, como anda os negócios da família, Marco?

Ele demorou um tempo para responder, mas dessa vez não hesitou em olhar no fundo dos olhos de todos os 9 outros homens ali presentes antes de dizer:

Bene, molto bene. Grazie a Dio.

Os Solitários de 1997Onde histórias criam vida. Descubra agora