AL
Milão
25, fevereiro 1997A segunda pessoa que encontraram, no entanto não lhe correspondeu com um olhar assassino. Aléssio abraçou Apollonia com seu coração. Ele realmente gostava dela, era puro e doce. De uma certa forma, Lônia era uma das poucas pessoas que ele considerava da família. Mesmo que não seja.
— Como você está? - perguntou ela.
— Como eu estou? Como você está!?
— Eu estou bem, muito bem. -respondeu em gargalhadas.
— Sabe, eu fique sabendo pelo Fredo que pretende iniciar carreira nos negócios e... Queria lhe dizer que estou um tanto quanto feliz em saber disso. Ver a única sorella que me restou todos os dias é realmente uma das coisas que venho pedido à Deus.
De Rosa apareceu logo após responder Aléssio com um beijo no rosto. Comunicou Fredo sobre a urgência que Marco tinha de falar com ele, e que estava o esperando desde as 15:00 horas em seu escritório.
E novamente a paranóia o pegou. O tempo se subir as escada, caminhar até o fim do corredor e virar a direita, foi o bastante para que o fizesse pensar o pior. Mas mesmo com medo e ansiedade, seguiu o mesmo ensinamento que havia herdado de seu pai. "O poder de saber nunca deixar as outras pessoas saber o que está sentindo, ou pensando", então ele respirou fundo, olhou para sua nova parceira de trabalho e abriu a porta.
Marco estava debruçado sobre o pequeno sofá ao canto do cômodo. Quando ouviu o barulho da porta, largou o livro que lia e se levantou para cumprimentar Apollonia, e lhe dar as boas vindas.
— Bom ver você, Apollonia. - ele disse.
— Bom te ver também, Mac.
— Bom, acho que De Rosa já havia falado que queria conversar com você - olhou para Al- sobre um assunto extremamente importante. Mas já que estão os dois aqui é ainda mais importante.
— Diga. - apressou Al.
— Fui á tal reunião das famílias da elite e colhi algumas informações que podem ser a chave de renascimento para os negócios.
— Por que precisamos de um renascimento?
— Lônia, basicamente estamos em crise, e segundo as contas - duvidosas, mas as vezes certeira- do Aléssio, se continuarmos investindo somente nos cassinos, como de costume, não vamos aguentar continuar por pouco mais de 1 mês.
Apollonia fez cara de espanto, provavelmente não deve ter acreditado que Fredo tinha um controle de gastos tão ruim assim. Se ela soubesse como tudo isso aconteceu, nunca se perdoaria por ter feito tal cara.
— E quais seriam essas informações?
— Vejam, Coppola acabou de se firmar nos ramos das drogas. Ele tentou por muito anos o sucesso, desde 83 ele se empenhava, mas não tinha quase nenhum reconhecimento. Tinha vários concorrentes. Esses que compravam e exportavam em maior quantidade, gerando assim mais lucro e mais clientes. Acontece que por desavenças com a elite italiana, esses traficantes foram mortos por nós. Alguns pelo Fredo, outros a mando de outras famílias, sobrando somente Coppola, claro. Ele percebeu que morriam um por um, então concordava com cada depoimento de cada família, jurando lealdade à todos da elite e seus julgamentos conforme a concorrência ia diminuindo. Tanto é que hoje ele trata Fredo como um rei. Mas não é adoração, eu garanto.
— Ok... Então está dizendo que a chave para sairmos do buraco são?...
— O tráfico. - Apollonia presumiu.
— Pensem bem, ele está sem concorrência nenhuma e acabou de se firmar nisso. Estamos na elite há gerações, não há como ele ser mais forte, ou mais poderoso que o nome de nossa família! O caminho praticamente livre! Coppola pode parecer forte, mas perto de nós é apenas uma pedra de chutamos com o pé.
Apollonia e Al se olharam bem, cada um dos dois pensando bem no que seria melhor para a família, mesmo que ela tenha acabado de chegar.
— Como começamos? - perguntaram.
— O plano é o seguinte...

VOCÊ ESTÁ LENDO
Os Solitários de 1997
Любовные романыEsse livro é o primeiro da série "Solitários" e conta a primeira versão da história. Al ou para os mais próximos, Fredo, foi praticamente forçado a tomar frente dos negócios da família quando seu pai morreu, por conta da culpa que sentia dentro de...